segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Pandora

Eu disse, há pouco, a uma amiga, que minhas idéias ainda estão verdes e que, por isso, não postaria nada hoje. Mas não posso deixar de escrever, ainda que seja uma idéia que não está pronta para ser servida. Hoje é dia 31 de dezembro. O último dia deste ano que eu desejei desde o início que terminasse. E, apesar de ter passado razoavelmente rápido, muitas coisas - boas e ruins - aconteceram no período.
Saio de 2007 com amigos muito especiais. Pessoinhas que me fizeram ser melhor, querer mudanças e provocar a mim mesma na busca de uma sanidade mental. Com a ajuda deles consegui transpor grandes dificuldades na minha vida profissional e quase cheguei a um consenso sobre o que devo fazer. De qualquer forma, aprendi que preciso cuidar mais de mim, mais do meu querer, do que me submeter aos caprichos de um chefe egocêntrico.
Eu descobri, com o amadurecimento desses relacionamentos, que preciso aprender a controlar minha língua. Não me entendam mal. Não falei (tão) mal de ninguém este ano. Falei mais de mim. Mas ao mesmo tempo, preciso ainda trabalhar a velocidade das minhas palavras, para que elas acompanhem o ritmo do pensamento. Já me disseram, e é verdade. Há apenas três coisas que não voltam: a flecha lançada, a oportunidade perdida e a palavra proferida. E como eu preciso acertar as contas com a ponta da minha língua. Astultice não pode, afinal, ser confundida com sabedoria ou certeza. Está mais para impulso, pouca sobriedade e tolice, reconheço.
O ponto máximo de nossas discussões aqui, em 2007, esteve baseado em fortes e castelos. E como eu poderia fechar o ano sem lembrar o viés que demos às metáforas? Por este pensamento, aprendi que construímos, sim, fortes contra as pessoas que nos ferem e o fazemos por medo de sermos, mais uma vez, feridos. Mesmo assim, não deixo de insistir que também devemos pensar na condição do outro. Adotemos, então, uma postura de empatia e leiamos o coração dos nossos amigos. De novo, não quero ser a responsável por adicionar um tijolo ao forte de ninguém.
Por outro lado, as pedras que nos jogaram ganharam a conotação da utilidade. Ainda me preocupa o que fazer das tais pedras: devo construir meu castelo, minhas pontes, ou continuar erguendo fábricas ao invés de playgrounds? Essa não é uma pergunta retórica, mas não acredito que eu vá conseguir qualquer resposta significativa. Por isso mesmo, aviso aos navegantes que estou tomando algumas decisões e asseguro que, para o bem ou para o mal (no final de 2008 a gente descobre), este será um ano de tentativa e - espero eu - poucos erros.
No momento, estou andando rumo à fase de mudanças. E como colocou minha querida vizinha de porta, as mudanças nos causam medo. Confesso a vocês que eu titubeei e ainda não estou certa do que estou para fazer nos próximos dias. Mas acredito que seja a hora de arriscar. Se não o fizer agora, vou continuar apenas usando essas linhas para reclamar da minha condição "injusta" e "escraviária" que eu tolerei que acontecesse. Pois bem, este ano vão haver mudanças e estou sim com medo. Mas a minha inquietação para sair da rotina, do já conhecido e entrar em um investimento em mim está me chamando a atenção. Creio que será difícil não explorar minhas chances. Se eu não o fizer, alguém aí pode me dar um puxão de orelha e me chamar de covarde? Desde já agradeço.
Neste ano de 2007, as páginas deste blog registraram meus maiores descontentamentos e pensamentos pouco "umbiguistas", que eu sequer sabia que existiam. A vocês, leitores, um "muito obrigada", simplesmente por terem me lido, comentado e compartilhado de suas experiências. Nossa sala de terapia continua aberta ao público, com o objetivo de oferecer uma visão que ratifique a sua ou que a retifique. Sitam-se, pois, à vontade para participarem dessa nossa vizinhança de blogueiros inconformados com a mesmice e de palavras certeiras. Afinal, de blogueiro e louco, começo a acreditar que todo mundo tem um pouco.
Feliz ano novo! Um novo calendário repleto de bênçãos, surpesas, decisões acertadas e paz. Muita paz, porque é ela que nos garante que estamos no caminho certo (Cl. 3:15).
Beijos....

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

"Sitting, waiting, wishing"

Já que estamos chegando ao final do ano e todos nós estamos nos concentrando em reflexões sobre a vida, preciso que escutem o meu desabafo. Estou aqui ouvindo Jack Johnson, repetidamente. E a música diz "Learning loving somebody don't make them love you" (aprendendo que amar alguém não faz com ela te ame). E isto está me causando um breve momento de "depressão de poeta".

Dentre algumas resoluções de ano novo que tomei, está a de deixar claro a todos os meus "steps" (sabe, aquele carinha que vc sabe que gosta de vc e que vc fica cozinhando em banho-maria, just in case...) que não sinto nada por eles e que somos - a temível frase - apenas amigos. Hoje recebi uma msg que me confirmou que tenho alcançado meu intento. O último deles, um amigo muitíssimo querido, me disse que me esqueceu "como mulher".

Se por um lado me sinto feliz por me limpar de todas as possibilidades de sempre voltar ao erro que sempre cometia, por outro, estou um tanto....desalentada por não ter em quem pensar. Nessa época do ano, em que os filmes se tornam mais melosos e os casais apaixonados parecem triplicar na sua frente, sentir falta do "alguém especial" é quase uma norma. E, queridos vizinhos, não quero me precipitar a ocupar este espaço que há tempos foi desalojado e que, apesar de estar com a casa vazia, ela está bem organizada, limpa e confortável.

Mas, mesmo sendo uma moça independente, bem resolvida (ou não?) e de, ultimamente, estar dando pouca atenção a romances, confesso a vocês que gostaria que meu telefone estivesse tocando e que as conhecidas borboletinhas aparecessem no estômago ou seja lá onde for que elas fazem cosquinhas quando estamos apaixonados.

Estou com tantos planos novos para o próximo ano! Tantos sonhos! Tanta vontade! Um namorado, no entanto, não está incluído neles....mas, hoje, me pergunto se seria assim tão mal tê-lo. Como diz minha mãe, eu puxei o lado romântico da família do meu pai e não posso negá-lo. O que eu procuro não faz parte da lista de colecionadora, se é que me entendem. Mas faz parte da lista de presentes que Deus tem pra mim. Não estou à procura de alguém para preencher um espaço. Estou querendo alguém que me faça ter a necessidade de criar este espaço.

Por enquanto, vou continuar assistindo aos filmes da estação e sorrindo um sorriso de canto de boca, agradecendo pelos livramentos que Deus já me concedeu e aguardando que Ele me mostre a importância de ter criado uma Eva para cada Adão.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Shortcuts

Na semana passada, deixem-me contar, tomei um caminho errado quando ia para o trabalho. Já fez isso? Alguma coisa te dizia para continuar pelo caminho que sempre faz, mas, não, você decidiu arriscar ir por uma outra rota, tentando fugir de um possível engarrafamento lá na frente. Mas enfim descobriu, depois de uma hora (se der sorte) parado no trânsito, que o atalho que você escolheu te fez demorar mais do que se tivesse ido pelo caminho mais longo. Pois foi isso o que me aconteceu.

Depois de passar no meio de um lamaçal, passar por cima da calçada, me perder num lugar desconhecido e pegar trocentos buracos na estrada de terra - sim, ainda existem em Brasília -, acabei caindo numa saída que me fez voltar no caminho que tinha feito, ao invés de me levar pra frente.

Isso me fez pensar se não tenho tentado, arduamente, confesso, buscar atalhos para a minha vida. Não quero nada que me prenda por muito tempo. Nada que pareça ser muito complicado ou longo para chegar aonde quero. O atalho é um corte que tentamos fazer no meio da estrada...passar pelo meio da floresta para chegar mais rápido à casa da vovó.

Deixa eu te contar o que acontece: o caminho mais curto nem sempre te leva mais rápido ao pote de ouro debaixo do arco-íris.

Já dizia alguém que a vitória tem um gosto melhor quanto maior for a luta que passamos para alcançá-la. Tudo bem que há dias que preferimos sombra e água fresca. Mas eis que é preciso trabalho duro para alcançar. Sim, só isto. ALCANÇAR.

Não firmamos relacionamentos de uma noite só. Precisamos de conversas, de telefonemas, de troca de emails, de saber ouvir quando preciso, de sair da superficialidade, de oferecer e receber o ombro quando a situação pede, de entender, de compartilhar, de conhecer.

Não conseguimos o "emprego dos sonhos" sem abrir mão de saídas, sem esmerar algum esforço, sem ser responsável, mesmo quando a situação não te exige, de estar disponível e disposto.

Os atalhos nesses casos, não nos levam a lugar nenhum. Ou melhor: te levam à metade do caminho e só. Não se fundem amizades duradouras em que não se caminha junto. Não se contrata pessoas que não têm interesse em galgar as escadas do crescimento. Gente mediana só serve para atalhos.... e ficar no meio do caminho.

O que eu estou querendo dizer? Bem, na verdade, estou tentando me fazer lembrar disso e não deixar que a preguiça do longo caminho me tire o prazer da conquista. Porque, afinal, "nessa longa estrada da vida", um dia a gente chega lá. E vai chegar quando estiver pronto para assumir a vitória com a aprendizagem de um caminho longo e tortuoso, mas que ensinou o que se precisa para levar o troféu pra casa.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Diário de bordo - Fase IV e fim


04/12, 00h: Acabo de chegar em Brasília. De volta à realidade. Conheci uma moça, durante o vôo, chamada Amanda (olha nossa fotinha aí do lado). Um doce de pessoa e, segundo me disse, eu fui resposta às suas orações. Sim, meus caros, sentei-me ao lado de uma irmã da Comunidade de Belém. Ela tinha orado para que Deus mandasse alguém legal, que gostasse de conversar e que fosse uma menina. Quer resposta de oração melhor do que eu??? hehehe Brincadeiras à parte, fiquei feliz por conhecê-la. Tão bom saber que Deus está cuidando dos seus em qualquer lugar do mundo!

Amanhã volto ao trabalho e já sei que bombas me aguardam. Essa semana ainda se discute CPMF e sucessão do Senado e só na semana que vem pra isso ter algum rumo previsto. Estamos tendo alguma dificuldade (de novo) com os novos editores, mas tudo vai se ajeitar....

Ando me sentindo com vontade de provocar mudanças na minha vida. Fico pensando se, algum dia, eu vou me sentir feliz com o que faço e realmente realizada. Bom, quero fazer o que Deus me chamou pra fazer e preciso de direção para tanto...

Esta semana começam as provas da Márcia TX. Que Deus abra-lhe o entendimento e que essa boa amiga alcance o sucesso.

A Márcia foi uma surpresa na minha vida. Não só ela, mas os demais amigos blogueiros também. Sabe aquelas pessoas que a gente sempre ouve dizer que existem e que estão smepre lá pra te ajudar, mesmo que às vezes nem saibam pelo que você está passando? Assim são esses meninos e meninas. Têm sido um refúgio e amigos assim não se encontra facilmente. Mas minha admiração pela Márcia é verdadeira. Isso porque ela é o tipo de pessoa que vc sente verdadeiro prazer em estar perto. Acho que isso sempre acontece com pessoas inteligentes....hum. Realmente espero que ela passe nessas provas.

Bom, é isso. A viagem acabou e já não vejo a hora de virem as próximas. Que Deus nos dê paciência para suportar os dias e pessoas más e nos dê graça para agradecer e ter o coração feliz nEle.

Beijo pra todos e estamos de volta ao ar!
;-)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Diário de bordo - Fase III

04/12, 15h13: Querem saber como cheguei em São Paulo? Não foi uma história legal. A Gol extraviou nossas bagagens. Eu, pr. Sergio e outras duas pessoas ficamos no aeroporto até meia-noite e nada das nossas malas. Ontem eu deveria ter tido uma entrevista na Vila Guilherme, no evento que vim cobrir. Ainda bem que foi adiada, porque tive de sair pra comprar roupa pela manhã e tive de vir de tênis mesmo, já que minha bagagem só foi entregue às 16h30 de ontem!!!! Meu, mais de 24h de atraso. Sabe onde minha mala tinha ido parar? Em Campinas! Campinas!!!!!

Enfim, agora as coisas estão bem. Comecei a entrar em contato com os amigos paulistas e já me preparo para ir fechando o barraco. Estou doida pra voltar pra casa. Tô morrendo de saudade dos meus amigos queridos (incluam-se na lista Ricardo, Márcia TX, Tita, Lara, Mel, Silvinha, Du Saudade, Rafa, Tchaininha.....). Aliás, orem pelo meu irmão. Ele vai ser operado no Sarah, amanhã. Ele já está internado. Graças a Deus, o pior já passou e agora só esperamos pelo milagre.

Ainda devo ir visitar a nave-mãe hoje....quer dizer, a sede do Portal iG, aqui em SP! hehehe Vamos conhecer os chefes!!! Vou terminar uma entrevista com a presidente do evento em que estou e vou zarpar. Mesmo assim, não me esperem muito cedo. Meu vôo está marcado para depois das 21h e só devo chegar à terrinha às 23h. Ai,ai. E ainda tenho de escrever a matéria apra amanhã. Enfim, isso só prova o que o meu cérebro não quer aceitar: as férias acabaram.....
:(

Tenho uma expectativa para a volta: novidade de vida! Vamos ver o que fazer daqui pra frente. Acho que só volto por aqui quando estiver em casa. De lá conto a fase IV e prometo que encerro as histórias dessa viagem sem pé nem cabeça, mas que foram excelentes pra eu descansar, conhecer coisas novas, fazer novos e rever velhos amigos. Que os próximos dias sejam de igual forma abençoados, mas vamos interceder e suplicar a Deus para que, desta vez, as malas cheguem junto comigo! hehehe

Beijosssss, vejo vocês (ou alguns de vocês) amanhã! ;-)

Diário de bordo - Fase II

30/11, 15h30: O que não são os símbolos. Na terra onde os cristãos oram por proteção contra bala perdida, o contraste se instala. O Rio de Janeiro é uma terra linda! Paisagens maravilhosas, ar limpo, beleza inconfundível. Aqui o tempo parece que pára para dar lugar à diversão e ao descanso. Fim do dia, pôr-do-sol, caminhada no calçadão, liberdade e tranqüilidade.

No entanto, aos arredores da Cidade Maravilhosa, as favelas se instalam, formando um cenário de caos. E o engraçado é que elas representam o caos social que o Rio vive. Caos estrutural, educacional, espiritual. As casas amontoadas refletem a desorganização moral. O pior é que não é só da sociedade marginal. O restolho atinge as igrejas e a fé.

Numa terra tão bonita, tão livre, a prisão se faz necessária: tanto para o agressor quanto para o agredido. Liberdade cerceada pelo declínio moral e da humanização. Fico feliz, porém, que até aqui, a oração tem sido ouvida e tenho sido guardada até da bala perdida.

30/11, 20h: Ah! Que legal é poder ser reconhecido por realizar um bom trabalho. Visitei a Agência NAcional de Saúde Suplementar (ANS), uma das minhas fontes mais importantes, até por ser um órgão oficial. E como foi legal ver a expectativa das pessoas em me conhecer. Quando a gente fala com elas por tanto tempo e só por telefone, dar rosto às vozes se torna emocionante.

E louvo a Deus pelo cuidado e por ter me honrado como o fez hoje. Humildemente agradeço, Senhor, pela capacitação, pelo esforço reconhecido. Ouvir de uma gerente do governo "seu trablaho é referência, leitura obrigatória", é extremamente recompensador. Posso dizer que este foi um dia de ser celebridade!!!! Obrigada Jesus!

01/12, 8h30: Ok, não vou negar que estou receosa, mas vai ser legal visitar Teresópolis de novo. O clima no Rio de Janeiro ficou totalmente nublado esta semana e não está diferente na estrada para Terê. As montanhas estão cobertas pela neblina e tudo indica que este será um dia frio.

11h: Chegamos rapidinho em Terê. estamos esperando o Antonio nos buscar. Vim com a pra. Nilzete. Ela foi um anjo de Deus pra mim nesta viagem. Estou aprendendo muito com ela. A idéia é irmos à CBF, tirar foto.Nenhuma de nós se interessa por futebol, mas vai lá. Vir a Terê e não ir na "Casa" do esporte nacional é covardia. Bom, o Tony chegou, estava morrendo de saudade. Coisa boa é termos amigos que permanecem apesar das distâncias, não é?

17h: Que delícia de dia! Estamos na praça...X. Não sei o nome da praça. Mas duas igrejas se reuniram para fazer um evangelismo. Muito legal. O mais legal é que é uma praça católica! E o padre liberou o espaço pra eles. Glória a Deus! Muitos jovens ao redor. Esse grupo está fazendo um trabalho circense. O rapaz corre de bicicleta, enquanto o outro cospe fogo. Muito interessante. A multidão ao redor está curtindo, mesmo que esteja começando a chover. Ah...que dia agradável.

20h: Estamos entrando no ônibus agora para voltar pro Rio. A neblina que estava nas montanhas desceu até a cidade! Tão bonito! Mas tb tão frio!!!! Comemos muita coisa boa, conversamos bastante, conheci nossa igreja (Igreja de Cristo) em Terê, reencontrei velhos amigos e aquele "amigo" em especial que eu estava receosa em encontrar, graças a Deus não apareceu. Obrigada, Jesus, por me guardar. depois que chegarmos ao Rio ainda temos de pegar outro ônibus para ir pra Jacarepagua. COmo dizem os irmãos cariocas, "que Deus nos livre de todo homem mau e da bala perdida" e que este motorista seja experiente o suficiente para dirigir com tanta neblina!

02/12, 15h30: O culto pela manhã, na Igreja Metodista Livre, foi inspirador. Engraçado.....foi possível ver como o compromisso do povo reflete no cuidado com o templo. Esta igreja está se reerguendo e assim está o templo deles. Está sendo reestruturado. Ainda têm muito para melhorar. Mas quem não tem????

Depois de tanta preocupação (fico pensando que tipo de cristã eu sou. Orei tanto para Deus ajudar com a viagem de hoje e nem consegui dormir direito pensando no que fazer...humpf), Deus abriu as portas graciosamente. eu, que não sabia como ir para o aeroporto, consegui carona com o pastor da metodista, que ia pegar o mesmo vôo que eu! Ganhei almoço e acesso à internet pra comprar minha passagem. Ê Deus bom!

18h30: Ok. Minha viagem de vinda começou com alguns contratempos, não poderia não terminar do mesmo jeito. Meu vôo das 15h30 foi cancelado. Manutenção na aeronave. O livramento? Três pessoas próximas de mim disseram que Deus revelou que havia laço de morte naquele vôo. Acredita? Deus guardando as nossas vidas!!!!!

Agora, saímos do Galeão e estamos no Santos Dumont para pegar outro vôo para Congonhas. A idéias é que nossas malas já estejam lá quando chegarmos. Conhecemos esta sra., Fátima, no aeroporto. Super pra cima, ela está divertindo nosso dia complicado. Deus nos guarde até São Paulo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Diário de Bordo - Fase I b e II a

25/11 - 00h43: Parece que os últimos dias de evento são sempre os mais cansativos, mas nem por isso deixamos de ser tomados de assalto com uma verdade revelada, simples, conhecida, mas não percebida. Assim o foi sobre a santidade pela correção, que move e se baseia toda em fé (veja lá em II Pedro....) Da fé a esperança, da esperança a perseverança e assim por diante, até chegar ao amor. E o Pai corrige ao filho a quem ama. A santidadepassa por esse processo simplesmente porque não pode subsistir por minha própria força.

Depois, a santidade passou a apresentar as características da integridade, da retidão, da troca do "osso" pela "picanha". E o que isto quer dizer? Que o melhor de Deus não é o enfado, a "mentira santa", ou o jeitinho. O melhor dEle é a santidade.

E para fechar com chave de ouro, hoje ouvimos sobre a restituição. Não a de Deus para nós, não senhor. Deus não nos roubou nada. Por que Ele deveria nos restituir qualquer coisa? Mas nós, sim, temos roubado dEle: a glória, a santidade, a lealdade e fidelidade que Ele nos dedicou e nós não retribuímos ou representamos em nossos relacionamentos verticais ou com autoridades. É preciso restituir a prioridade do nosso tempo, do nosso esforço, e, finalmente, do nosso compromisso e obrigação de falar no nome dEle.

Para sair de Águas de Lindóia, Deus abençoou com um grande número de amigos cariocas que me convenceram a vir para o Rio de Janeiro mais cedo do que eu pretendia e é da Cidade Maravilhosa que lhes escrevo. Passo a semana por aqui, hospedada na casa da Pra. nilzete, da Metodista Livre. Um amor de pessoa que Deus me deu o privilégio de conhecer e cuja hospitalidade, inclusive, me constrange.

Orem por mim. Daqui por diante começa o verdadeiro desafio: pôr em prática o que aprendi e aplicar no mundo real as mudanças santas, para a glória e honra do Senhor.

26/11 - 19h: Em tempo: Acabamos de chegar da praia...que tarde abençoada....praia, na Barra, água de côco e sol suficiente para começar a fazer uma marquinha....Ê Deus bom esse nosso, né, Márcia? O que o som das ondas não faz ao nosso espírito....hehehehehehe

Beijos!

sábado, 24 de novembro de 2007

Diário de bordo - Fase I

22/11/07 - 20h50: Depois de ter dado tudo certo até a netade do caminho, me enrolei em Campinas, perdi o ônibus para Águas de Lindóia (não me pergunte como. Nem eu consegui entender ainda) e agora estou sentada, sozinha, no frio, na rodoviária de Lindóia, há poucos km do meu destino final.
Outro ônibus? O último motorista me disse que em 30 minutos ele passa. Mas, acreditem, nunca tão pouco tempo pareceu tão longo. O pior é que esotu começando a ficar com vontade de ir ao banheiro....ai,ai.
Desde às 17h30 que converso com Deus. Preciso que Ele me mostre o que quer me ensinar com tudo isso, além de paciência e perseverança. A minha oração é que Deus mande socorro. Minha posição de turista, sozinha, perdida à noite, não me é muito confortável.
Assim que desci do ônibus, um cachorro veio andando para a rodoviária, olhou para mim e, como se fosse meu guarda-costas, deitou-se atrás do meu banco. estou com a impressão de que se eu sair, ele saia também...
Neste exato momento tenho três garotos como companhia. E eles querem parecer ameaçadores. Ai, Jesus, me livra dessa situação! Também, que raio de currutela é essa???
Ok. Os meninos eram uma gracinha. Adriel (10), João Paulo (12) e Eduardo (12) me contaram que viram Tropa de Elite mais de 4 vezes e adoram o tal capitão Nascimento. "Pede pra sair!" eles gritavam enquanto se embolavam como cachorrinhos no chão. Eles tinham ido ao circo, mas não houve espetáculo e, que gracinha, ficaram por lá até que meu ônibus chegasse. Tomara que tenham conseguido chegar em casa bem......


Diário de bordo, 24/11/07 - 10h55: Cheguei em Águas de Lindóia, afinal (cheguei ontem, tá? Não se assustem com a atualização...). Depois que deixei os três meninos na rodoviária de Lindóia e entrei no ônibus para completar a viagem, ouvi três irmãs de Curitiba que riam muito atrás de mim, rindo dos próprios problemas que enfrentaram para chegar ao evento. Estamos num congresso sobre Santidade, promovido pela AMME Evangelizar. Nos tornamos amigas e eu me tornei a "4ª leprosa" que faltava para completar a revelação que a Odete teve. Sabe aquela história dos 4 leprosos que chegaram ao acampamento dos assírios (? a conferir.) E o acampamento estava vazio e eles puderam se alimentar e levar comida para a cidade. Lembram-se? (assim que eu me lembrar da passagem volto aqui apra atualizar) Então. Acho que realmente somos as 4 leprosas. Cláudia, eu, Elisângela e Odete temos aprendido tanto! É incrível como isso é verdadeiro. Espero que meus conterrâneos acreditem nas informações qie vou levar.
Até aqui, já apanhei um bocado. Como disse um pregador, "miseriqueima, Jesus"! hehehe Deus está cutucando pecados que nem eu gosto de lembrar que eles existem, mas está me ensinando que o eprdão e cura me alcançam. Confissão, integridade, correção, tudo em busca da santificação e, dessa forma, me parecer mais com o meu salvador.
Queria muito que vocês, meus amigos estivessem aqui para poder me ajudarem a pensar em como levar um tanto deste maná para a igreja, para que possamos nos tornar cristãos autênticos, como temos ouvido tanto esses dias, e botar tudo isso em prática, de verdade!
Santidade. Apesar de o 1° passo nessa direção ser tão doloroso, a santificação é um presente, preparado por Deus para nós! É uma liberdade. É graça!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O sofrimento que passa pelo relacionamento

Estou de férias. E, só de não ter de pensar em trabalho, inúmeras idéias surgiram para atualizar o blog. Mas achei que eu não ia poder fazê-lo, não fosse uma provocação da Márcia. Então, cá está, em princípio, um esboço do que virá a ser o meu futuro post. Mas deixo aí as palavras de um dos meus autores favoritos (está se tornando agora), C.S. Lewis. E ressalto e advirto: é um mal necessário, mas precisamos dos nossos relacionamentos verticais. Acho propício para o momento. Volto em breve à esta sala terapêutica para desenvolver o pensamento. Por enquanto, desenvolvam vocês, os seus, a este respeito e depois conversaremos.
Beijos!
(Futuro post:
Eis o que C.S. Lewis defende em relação aos relacionamentos: precisamos do "outro" para conhecer o "eu". "Não há razão para supor que a autoconsciência possa existir, a não ser em contraste com o outro...É em contraste com o ambiente de outros eus que a percepção de Mim Mesmo se destaca" (entendeu? Leia de novo....).
O grande pensador, antes mesmo de ser teólogo também diz que não podemos imaginar uma vida reduzida a elementos essenciais, isto é, somente a percepção de Deus e do eu como criaturas distintas. A exclusão do relacionamento horizontal não faz parte da essência humana. É imprescindível que haja a introdução do conhecimento mútuo de criaturas semelhantes. E Lewis ainda diz mais: "Podemos, portanto, supor que, se as almas humanas se afetassem mutuamente de maneira direta e imaterial, seria um raro triunfo da fée do discernimento para qualquer uma delas acreditar na existência das outras".
De acordo com o pensador, temos dois ambientes - interno e externo - que nos permitem travar tal relacionamento. "A matéria, que conserva as almas apartadas uma das outras, também as une. Ela faculta a cada um de nós ter um "fora" e um "dentro", de modo que o que são atos da vontade e do pensamento para você são ruídos e vislumbre para mim". E conclui: "É-lhe facultado não apenas "ser", mas "parecer".
E tudo isso ele disse para explicar a onipotência de Deus, enquanto discute o Porblema do Sofrimento, que é o título do livro, de onde retirei as citações.
Ainda a desenvolver.)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Até tu, Brutus???" - parte II

Eis que as repostas ao meu último texto vieram rápidas e não pude deixar de vir remoê-las por aqui. Vejam vocês, como eu disse, não cheguei a conclusão nenhuma. Não estou bem certa de que a traição acontece por causa do que nós plantamos, por isso imprimi aqui meu questionamento.

Meu medo é que, talvez, meu primeiro pensamento tenha sido muito radical e, apesar de ser o padrão de relacionamento, na vida real isso jamais acontece. Afinal, ser sincero um com o outro significa expor-se? Não precisamos nos revelar para o mundo inteiro, mas, como disse a Talita em seu último post, talvez contar nossos segredos para os que realmente nos amam.

A vida não é cor-de-rosa como a queremos vislumbrar. Pelo contrário. Seguimos cheios de preconceito, de racismo, de elitismo, de panelinhas e de injustiça, como podem ver no texto do Ricardo (Ricardo em prosa). E, às vezes, explodimos sem razão, mesmo que naquele momento, aquele comportamento não é o que somos, como a Cláudia passou esses dias (Um Dia de Cão).

Mas, termino minhas citações com a resposta que a Márcia me deixou em seu blog e que tenho de concordar. Já passamos por tantas situações que nos ofenderam que fica difícil deixar nosso forte para verificar quais sementes temos jogado pela janelinha da torre. E ser "umbiguista" parece muito mais seguro e confortável.

No entanto, continuo questionando se é por aí mesmo que deveríamos seguir. Não estou impondo, vejam bem caros leitores, que todos transformemos, do dia para a noite, nossa postura na mais amável possível e que suportemos as traições e quebra de confiança com tranqüilidade por causa da "obrigação" em se plantar boas sementes. De maneira nenhuma. Se fosse assim, plantaríamos sementes contra nós mesmos. e apesar de sermos cristãos, não temos de ser bestas. Como eu já disse anteriormente em outro texto, "Não querer ferir as pessoas é reflexo de amor. Mas deixar-se ferir constantemente, é masoquismo fantasiado de abnegação".

Mas toda nossa discussão prévia sobre ter tempo para si mesmo e se conhecer volta à tona aqui e surge como um espaço em que podemos refletir sobre os nossos próprios exageros. A Bíblia nos dá uma luz sobre isso quando nos diz para não pagar o mal com o mal, mas vencê-lo com o bem.

Porque, ao meu ver, e falo de mim e por mim, é muito fácil me tornar a vítima da situação, lançada ao isolamento, mas sem pensar que a situação ruim que vivo com este forte pode também estar acontecendo na vida de pessoas queridas. Só não quero correr este risco iminente de ser a primeira a entregar o tijolo da desilusão para amigos que poderiam estar construindo seus castelos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

"Até tu, Brutus???"

Estive conversando com alguns amigos esta semana e, apesar de ter ficado sem tempo para vir explorar os pensamentos, não pude deixar de questionar algumas de nossas posturas. Ao que parece, o tema do momento em todas as rodas de conversas é a fidelidade e a confiança que dedicamos e que recebemos uns dos outros. Mas temo que não vá chegar a nenhuma conclusão. Bom, pelo menos na minha cabeça, não encontrei uma resposta definitiva.

Temos falado sobre o relacionamento horizontal e ponderado muito sobre nossas amizades. Mas temos tocado muito no que o outro nos faz, mas....e o que nós fazemos ao outro? Falamos sobre castelos e fortes e nossa propensão a nos isolar de quem oferece qualquer risco aos nossos sentimentos. Mas a pergunta que não quer calar na minha mente é: quantos fortes têm sido construídos por causa e contra nós?

Lendo um livro do escritor americano Max Lucado, ele diz que o que colhemos é o reflexo do que plantamos. Regra de ouro e que não costuma apresentar exceções. Tantas pessoas vieram me procurar pra me contar como estão frustradas e decepcionadas com indivíduos que julgavam ser seus amigos, alguns até por muitos anos de caminhada juntos. Mas uma traição, a quebra da confiança, o abalo sísmico da fidelidade que pode ser sentido a kilômetros de distância, acontece apenas em uma mão?

Quero dizer, quais têm sido as nossas sementes? O que temos plantado em nosso caminho? Que tipos de mudas temos alimentado nos nossos jardins? E essa falta de honestidade que temos sofrido é um reflexo das sementes que temos escolhido plantar? Não sei se a cumplicidade de amigos têm sido suficientes para manter um relacionamento saudável. Na verdade, começo a questionar essa tal cumplicidade.

Dizemos um "eu te amo" para todos os nossos conhecidos, como forma de expressar nosso carinho. Aprendi, recentemente, uma expressão que gostei muito e que tenho tentado usar, com o máximo de honestidade: "tal pessoa é muito querida". O que nos falta, então, se há tanto "amor", tanta "entrega", tanto "querer"? Talvez seja, de fato, a honestidade. Temos medo de ser verdadeiros com quem nos importamos e isso só demonstra que não nos importamos tanto assim.

Medo de criticar o que achamos errado, de tentar mostrar outro caminho e de oferecer a mão para, realmente, ajudar nossos amigos. Temos aversão a compromissos. Podemos, inclusive, culpar a modernidade por isso. Temos tão pouco tempo para curtirmos a nós mesmos, porque deveríamos ceder o tempo que não temos para amigos chorões que passam por problemas? Medo de compromisso, de cumplicidade, de honestidade, de lealdade, de dependência. Somos ensinados que as pessoas podem usar o que sabem da nossa vida para nos ferir - e elas usam mesmo! Por isso, apagamos nossas mensagens do orkut, escondemos nossas lágrimas, não permitimos que outra pessoa se aproxime.

Plantamos sementes de egoísmo. "Quero estar livre para poder fazer o que quiser, se me der na telha de fazer". Se temos um compromisso, uma responsabilidade com alguém ou alguma coisa, isso pode ser um impedimento à nossa liberdade, confundida com libertinagem, procrastinação e egocentrismo.

O que temos feito para que a desconfiança se alastre dessa maneira no nosso círculo? Que ações cometemos para que sejamos apunhalados pelas costas? Temos nós sido os arquitetos de castelos para os nossos amigos, mas que, com uma simples modificação podem se tornar em fortes contra nós mesmos? Que semente estamos plantando nos nossos relacionamentos? Qual o revestimento para a obra inacabada do nosso coração? A sinceridade ou falsidade? O caráter ou a máscara? A cumplicidade ou a traição? A coragem ou a covardia?

É dia de explorar a verdade. Do contrário, podemos continuar com as portas fechadas. Mesmo assim, não vai existir relacionamento perfeito, nem de sua parte e nem da parte do outro, mas podemos, pelo menos, minimizar os efeitos dessa nossa natureza caída, que guarda mais os olhos no próprio umbigo do que na expansão do mundo ao seu redor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Time to change, isn't it?

Já é quase uma hora da manhã e eu, que deveria estar dormindo, estou aqui pensando que meus posts, ultimamente, estão passando do estágio de "meloso" para uma espécie de auto-ajuda otimista, em que tudo são borboletas a saracutear por um jardim florido, beirando ao pieguismo. Não que isso seja ruim. Os propósitos são bons. A intenção é boa. A vida real é que não é.

Se você sorriu ao ler a última frase, é porque entende do que estou falando. O perigo da vida tornar-se apenas uma série de frases feitas e intenções não vividas. Acho que meu lado racional cansou de esforçar-se tanto para demonstrar que existe e deixou que meus sentimentos dominassem um tanto do dia. Hoje, toda a minha frustração saiu de dentro da garrafa e como o gênio da lâmpada, se apossou dos meus desejos e da minha fala. Disse "não" à continuidade dos meus dias cinzentos, de funcionária de empresa privada, sofredora e explorada. (Antes que perguntem, não. Não pedi demissão, mas já sinalizei minha vontade em mudar de ares...)

Não sei o que isso quer dizer, e nem sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas a atitude me fez ver que temos a capacidade de rejeitar o que nos perturba. Ainda que inconscientemente, uma hora o desânimo torna-se a mola propulsora das mudanças na vida. E não estou falando apenas de situações, mas também de pessoas e de comportamentos.

Para reagir, abandonamos o "amigo" charlatão à própria sorte, sentindo um alívio por não ter mais que suportar a intolerância da convivência. E nós, que temos o costume de sermos agradáveis, cansamos do abuso moral que as pessoas nos fazem passar em nome de uma "amizade" que só ela mesma acha que existe. O conceito de amigo é desvirtuado nessa mente torpe que, até por ignorância, destrata e maltrata quem, de fato, quis se importar com ela.

Para reagir, respiramos fundo e contamos até mil para não falar o que veio até a ponta da língua, mas que sabemos que não devemos expressar. Resistimos às tentações e buscamos ajuda do céu para controlar o instito animal que o homem naturalmente possui. Deixamos de atender telefonemas - ou mesmo de fazê-los -, de mandar mensagens, de responder e-mails, porque sabemos que, no final do dia, vamos nos arrepender dos nossos atos. Tudo porque não queremos mais sentir nojo de nós mesmos; não queremos manter a máscara hipócrita da santidade forjada; não queremos nos sentir trocadas ou prostituídas (não estou falando só de corpo, mas também de princípios) simplesmente por trairmos a nós mesmas.

Para reagir, é preciso dizer "não", ainda que seu instinto ajudador queira se comprometer com mais uma tarefa. É necessário colar as fotos do tratamento hospitalar para lembrar onde tanta estafa te levou. É importante fechar os olhos e tampar o nariz para não ceder ao pecado da gula ou simplesmente do desejo incontrolável de comer chocolate até explodir (tudo que é demais passa, queridas. Ainda que seja chocolate!).

Para reagir, colocamos a vontade de Deus como alvo e nos disciplinamos a cuidar dos nossos interesses. O que arde em nosso coração não é um sonho desperdiçado. O desejo de uma vida diferente, ainda que fora do normal/padrão, não é uma loucura insana que saiu de um imaginário infundado. Nosso coração pouco silencioso nos sopra o que nos dá sentido para existir. E seguir esse caminho, ainda que não seja fácil e exija mudanças imediatas, pode levar à estrada de tijolos amarelos.

Não querer ferir as pessoas é reflexo de amor. Mas deixar-se ferir constantemente, é masoquismo fantasiado de abnegação. Não querer deixar as pessoas "na mão" é compaixão, com umapitada de misericórdia e companheirismo. Mas fazer-se escravo das obrigações que não lhe cabem é chantagem emocional, que vai te transformar num resmungão exemplar. Ter medo do desconhecido (como diria Pocahontas no festejado filme da Disney, "lá na curva o que que vem? Quero saber! Lá na curva o que que tem? Quero entender!") faz parte da natureza desconfiada do homem. Mas não abrir a trilha para descobri-lo é pura covardia.

P.S.: Como estou viajando nesta quinta-feira, deixei um post a mais para que ninguém reclame da falta de novidade na minha sala de terapia....rs beijos pra vocês!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Amigos por querência

Estou aprendendo que a amizade mais sincera nem sempre é aquela que você vê todos os dias. Não sei se vocês, caros leitores, já passaram por este tipo de situação. Mas, querendo acreditar que conhecem o gostinho bom do reencontro dos verdadeiros amigos, vou propor um desafio.

Tenho um amigo que me disse, certa vez, que você só deve fazer algo em favor de outra pessoa se realmente quiser. Não faça por obrigação ou porque é o que esperam que você faça. Mas faça porque sentiu vontade de fazer. Assim, quando recebo mensagens dele, sei que está me escrevendo porque lembrou de mim e isso o motivou a me dirigir suas palavras que, aliás, são sempre recheadas com carinho (dá pra sentir isso até pela internet).

O mesmo acontece em relação aos meus amigos blogueiros. Recebi duas homenagens de minhas vizinhas e companheiras de terapia virtual, por ocasião do meu aniversário. Estou até pensando em manter a lembrança do meu dia por mais algum tempo: os presentes que estou recebendo são a excelência dos mimos. Isso porque são o fruto de mentes caprichosas, criativas e de corações que realmente valorizam a amizade.

Mesmo com toda a correria e milhões de páginas para estudar diariamente, a Marcia conseguiu homenagear, não só a mim, mas também nossos outros amigos-vizinhos-blogueiros. Que graça pensar que ajudamos uns aos outros a desconstituir os fortes e erguer sólidos castelos! (e não é assim que a amizade deve ser? Se seu grupo de amigos só te faz sentir mais vontade de isolar-se e defender-se contra tudo e todos, é melhor você repensar sua participação nesse meio. Se não te fazem sentir príncipes e princesas, prontos a viver a beleza dos contos-de-fada, melhor encontrar outros personagens para compor sua novelinha da vida)

Por parte da Talita, quase me sinto alegre por ela não estar trabalhando esses dias. Somente uma mente ociosamente criativa (no melhor contexto que Domenico Demasi poderia produzir) poderia trazer tantos desejos completos, tantos votos certeiros e de tamanha sabedoria. E ainda com todo o vaziiiiiiiiio que esses dias têm nos causado, conseguir demonstrar a profundidade dos seus sentimentos e a vontade genuína em estar ao seu lado para o que der e vier.

Do outro lado do mundo (ou quem sabe, lá na parte norte), Claudinha está nos deixando participar - ainda que em porções diminutas - de suas loucas aventuras no reino da gringolândia. Mas, vamos combinar que já deu. Estamos com saudade e está bom de voltar. E o Ricardo...bom, o Ricardo é onipresente em nossos corações. Com seu estilo discreto, mas firme, todos os dias ele tem sido uma surpresa nas minahs horas.

Portanto, com a vontade expressa, deixo minha admiração e minha torcida para que a Marcia seja a nova juíza do pedaço; a Tita volte aos seus dias de glória e de trabalhadora, assalariada, mas em dólar!; que a Cláudia volte cheia de histórias felizes; e o Ricardo liberte-se das amarras e funde sua república de independência. Planto para vocês, meus queridos, um broto de esperança, regado a muita amizade, com alegria por ter, em vocês, companheiros de vida.

E este é o desafio: exponha-se por seus amigos. Ligue, escreva, abrace, encontre, reúna, demonstre a importância deles na sua vida. Mas que seja por vontade.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um girassol na janela

Estava aqui pensando que estou precisando desafogar um pouquinho...sabe? Para manter a sanidade mental. Então, tenho de contar (como se eu fizesse algum segredo disso) que hoje é meu aniversário. Sim, 27 aninhos. Confesso que nunca me imaginei nesta fase da vida e não sei bem o que fazer desses dias.

Supõe-se que depois dos 25, somos definitivamente adultas e, confesso e admito, a responsabilidade aumenta, o tempo se esvai, mas continuamos tentando manter a juventude. Não que ela tenha sumido, de maneira nenhuma. Mas....aos 27 esperamos que as coisas estejam mais focadas na sua mente e o horizonte pareça menos anuviado.

Dizem que uma moça que não se casa até os 25, está passada. Balela. Faço parte de uma geração que venceu - e vence todos os dias - esses preconceitos infames de que só somos felizes se nos casarmos. Sou, sim, um feminista romântica. É claro que sonho com um marido, com filhos, com família. Mas, definitivamente não é o que norteia minha vida.

Hoje, minha principal preocupação é com carreira, com a construção de mim mesma, com o fortalecimento dos relacionamentos vertical e horizontal. Meus olhos estão fitos...no nada! hahahaha Tenho planos que eu ainda não sei quais são, mas confesso que eles só dependem da minha boa vontade, coragem e o empurrãozinho santo de Deus para se tornarem reais.

Para quem está chegando a esta primavera, meu único conselho é o que eu mesma preciso seguir: acredite em você mesmo, acredite que suas decisões estão sendo direcionadas por Deus (isso, obviamente, partindo do pressuposto que você tem buscado a vontade dEle), respire fundo e encontre coisas que te deixam feliz! Mantenha seu relacionamento com sua família bem firmado - ninguém nunca vai te amar como eles -, tenha tempo para você, sonhe com dias melhores, deseje o bem, não importa a quem.

E queira ter um grande amor. Daqueles pra suspirar ao lembrar, daqueles que não saem da cabeça, daqueles que acrescentam bons dias ao seu calendário, daqueles que são a amizade mais importante! Entre no novo ano de cabeça erguida, com cheiro de paz, confiante no amor do nosso Deus!

E seja como o girassol: busque o sol, sempre, para manter uma vida saudável. E não esqueça: a felicidade começa com você!

Feliz niver para mim!!! :-)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sacudindo a poeira

Acabei de voltar de um tour pelos blogs vizinhos e percebi que já está na hora de dar um up grade nesta minha sala de terapia. Quero contar a vocês sobre a deliciosa conversa que tive com a Tita no último sábado. Digamos que deixamos de lado nossas responsabilidades daquele dia e nos dedicamos a discutir o sentido da vida. E não estou falando metaforicamente. Realmente sentamos para almoçar e discutir para quê serve viver. Uma discussão profunda, mas que, naquele dia, era o que estava na ponta de nossas línguas e era o fio condutor dos nossos pensamentos.

Não que tenhamos chegado a alguma conclusão, mas confesso que a conversa com minha sábia companheira de terapia me ajudou a ter um olhar menos pessimista da vida. Vejam vocês: muitas vezes me pego na descrença de que não vale a pena correr atrás de qualquer coisa nessa vida. Mesmo porque, de que adianta? No final, todos vamos morrer e nosso trabalho aqui será em vão. No meu sentimento, penso que só vale a pena viver se for para ganhar pessoas para Jesus e mostrá-las a vida eterna. Afinal, já que elas também vão passar dessa, que seja para uma melhor.

Mas eis que minha querida amiga pensadora me mostrou o que eu não estava vendo: Deus não nos daria a possibilidade da vida única e exclusivamente para que cumpríssemos uma missão. Só nascemos para ter a obrigação de fazer algo. Não. A vida tem de ser mais do que isso, ainda que seja por uma missão nobre, como levar a salvação. A vida, como aprendi naquele sábado, precisa ser prazerosa, precisa ter gostos bons, cheiros marcantes, situações que nos façam felizes por acordar respirando. Não pode ser só um emaranhado de responsabilidades e corrida contra o tempo: há de ter prazer.

E isto me levou a crer que a Tita tem razão. O próprio Jesus disse que nos daria vida e vida em abundância. e me lembro de um tempo em que eu defendia esta posição. Não se trata só da nossa vida vindoura, na eternidade exuberante ao lado do nosso Amado. Mas refere-se também ao nosso tempo nesta terra. A chamada urgente é que não façamos dos nossos dias um fardo, mas encontremos, mesmo em meio às responsabilidades, um algo que nos faz merecedores do ar que respiramos!

Então, os conclamo a borboletearmos neste dia! Encontrar motivos para viver. Nos livrar dos vícios (quem ainda não teve o prazer, vá em http://www.titasales.blogspot.com e leia o post da Tita) e buscar a vida saudável e desejável, mesmo que atarefada. Vamos viver e viver intensamente! ;-)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Meia parede de um forte

Cheguei a uma conclusão: não se pode derrubar todo o forte. É preciso deixar meia parede levantada. Pelo menos um côvado de altura. Só o suficiente para conseguir vencer as situações da vida sem o humilhante e desesperador desejo de chorar. Pois, afinal, é para isso que serve o forte: não apenas para se esconder, mas também para se proteger dos ataques da vida. Para impedir que a calhordice te passe uma rasteira e só você seja prejudicado. Há coisas que não merecem nossa candura, nossa amizade, nossa preocupação.

Mas tenho de confessar de que meu forte anda sendo reforçado pelo apoio de amigos e da minha família. Não no mau sentido, pelo contrário. Esta parte que eu considero positiva do forte, que nos ajuda a encarar os problemas de maneira sóbria, sem se deixar envolver, tem sido erguida pelos braços de quem se importa conosco.

Essa posição solitária que o forte acaba exigindo só acontece se deixamos que muro suba acima de nossas cabeças, proibindo a entrada de qualquer outro ser. Enquanto a parede está a uma altura razoável, funciona como um bom suporte contra os abusos externos. Continuo, por isso, sendo adepta da máxima "sou crente, mas não sou besta". E admito, por fim, que minha cunhada tem razão: "tudo que é bom, dura o tempo suficiente".

E voltamos à estaca zero. À busca do equilíbrio. À defesa da sanidade mental. Mas com uma decisão acertada: a exploração da minha boa vontade termina por aqui.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Is. 6:8

Onde foi que eu me perdi? Em que esquina eu esqueci o caminho e passei a andar pela estrada errada? Não era aqui que eu queria ter chegado. Não era nisso que queria ter me transformado. Meu coração, agora, se corrói por saber que mais do que uma máscara, também estou usando amarras. Presa aos compromissos inadiáveis do depois.
Me fiz de forte todo esse tempo só para contar a mim mesma, num sussurro segredável, que essa fortaleza não existe, que minhas pernas estão bambas, que as lágrimas são minha melhor resposta, que o desespero se apossou dos meus sonhos.
Mais uma vez não vejo sentido nessa vida. Ajuntar, trabalhar, informar sem motivo. O resultado final será o mesmo: o fim da vida e tudo não passou de um ledo engano. Minha saída está longe daqui, longe do escritório fresco pelo ar condicionado. Está nos tambores que ficaram impressos na minha alma, com a chamada urgente da salvação. Meu coração se regozija com "O chamado". Mas não estou atrás desse mistério. Me calo, me amarro e evito pensar no medo que tenho de encarar o desejo de ser simplesmente dependente de Deus.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Contrata-se?

Sob uma onda de reclamações e cobranças (hehe) para voltar a escrever, achei melhor vir contar meu estado de humor indignado por trabalhar em uma empresa privada. Se vocês me permitem, deixando de lado toda a religiosidade, mas, neste momento, detesto meu chefe. Pensei por algumas vezes se deveria escrever a palavra ODEIO, mas teria de dar uma explicação aos teólogos de plantão, por isso preferi amenizar o rancor.

Emprego não está chovendo na horta de ninguém hoje em dia, mas será que temos mesmo de nos submeter a este tipo de arrogância capitalista, que além de explorar (do dicionário: "explorar, explorador": que sabe enganar alguém manhosa e maldosamente; que tira proveito de parentesco, amizade, relações com; sugar), quer determinar os dias que podemos tirar férias (e ainda saber pra quê), atrasar salário, gritar, cobrar o que não nos compete fazer, exigir que fiquemos além da hora (e nem pergunte sobre a hora extra. Deixou de existir) e sem reclamar....?

Sinceramente, só vejo uma saída e é o que proponho para hoje: está na hora de mudar de vida. Vamos ver o lado "brilhante" da coisa: este é um incentivo para procurar um emprego novo, me estressar com um chefe novo, com um assunto novo, com uma rotina nova. Como diz o poeta "ESTE ANO EU VOU MUDAR DE VIDA". O ano está quase acabando, mas ainda dá tempo de dar uma virada nesta realidade infeliz que consome nosso tempo, nosso humor, nosso rendimento, nossos relacionamentos, nosso tudo.

Afinal, se é para viver pelo trabalho, que pelo menos seja algo agradável... Então, se me dão licença, vou arrumar meu currículo e partir pra briga, porque se eu me conheço bem, se deixar pra daqui a pouco, o ânimo passa e eu vou continuar só reclamando dessa vida ingrata, desumana e desonesta comigo mesma.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Estátua de sal

O que temia aconteceu:
Estou apaixonada pelo passado de nós dois.
Tenho em mim as marcas do primeiro amor
Eternizadas nas lembranças da adolescência bem vivida.
Um som, uma voz, o toque do telefone
De maneira inesperada, o coração acelerou
E, perplexa, percebi
que a saudade daqueles dias ainda mora aqui.
Já dizia a canção
"eu era tão feliz e não sabia"...
Mas rejeito a menção
da possibilidade remota
Me calo e me obrigo a esquecer
dos dias
dos meses
dos anos
em que vivemos
e que lutei para te enterrar
no abismo profundo do não-querer.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ode ao silêncio

(Esse é especialmente pra vc, TX)

Esta foi uma semana atípica. Mais da metade dela passei em casa, fazendo nada, ou um monte de coisas que normalmente não faria, como passar a tarde no shopping, estudando na praça de alimentação ou ir ao cinema sozinha e aproveitar um filme ruim e o ingresso barato para poder relaxar. Voltei ao trabalho na quinta-feira. E descobri o que eu já sabia: senti falta da correria, do monte de coisas para fazer, de tomar decisões. Não senti falta da pressão do dia a dia. Mas me senti bem por voltar à ativa.
O que aprendi é que, às vezes, é preciso parar para fazer nada. Nos permitir o momento de silêncio (ainda que ele seja um eterno inimigo, mas necessário) faz parte do roteiro para se manter a saúde física e mental. É como um remédio amargo que não te traz alegria nenhuma em ingerir, mas que traz cura.
Essa é minha relação de amor e ódio com o silêncio: paradoxalmente à minha impossibilidade inata de viver sozinha, preciso da quietude para desacelerar a alma, renovar o espírito, clarear a mente. E claro, ouvir a minha própria voz.
Nestes textos aqui postados expressei livremente meus temores e deixei que o silêncio fosse rompido. As palavras ricochetearam em respostas dos amigos queridos que me apontaram novos caminhos e percepções que EU, sozinha, não tive.
O mais interessante dessa "terapia de grupo" em que transformamos nossas páginas foi chegar a uma conclusão comum: todos temos problemas, mas todos temos possíveis soluções para oferecer. E eis a minha: a culpa pelo parar, pelo desacelerar, pelo fazer uma coisa de cada vez e respeitar meus limites deixou de existir. Simplesmente porque não é culpa puxar o pino do relógio e deixar seus ponteiros inertes por alguns instantes. É um direito. E é consciência de que se não se permitir, pelo menos, 30 minutos diários de silêncio em meio à turbulência, o marcador de temperatura vai subir e, como uma caldeira em ebulição, você explode e perde a serventia.
O silêncio me despertou para obrigação do descanso e isso, meus caros, é liberdade. Liberdade responsável.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Castelos e Fortes - versão de borboleta

Estou passando por uma fase nada confortável ultimamente. Não sei se posso classificá-la como uma "crise existencial", mas é algo muito similar. Acho que está mais para uma "crise temporal-qualitativa". Dessas que você não tem tempo sequer para pensar em porque não tem tempo. Enfim. Motivada por duas de minhas blogueiras (isso é um neologismo?) preferidas, Márcia e Talita, resolvi, também, escrever sobre os fortes e castelos da minha individualidade (para que você entenda do que se trata, vai aí o endereço da Márcia e, de lá, você acha o da Talita: http://breakingtime.blogspot.com/) .
As pedras com as quais estruturei a moradia da minha alma eram feitas de um material frágil que, com um pouco de tempo, compreensão e perdão, foram sendo substituídas. Mas não posso afirmar que cheguei a construir fortes nem castelos. Tive os meus momentos de soldado preso atrás das colunas e muralhas do meu forte, de onde sequer podia olhar por cima do muro para espiar o inimigo. Qualquer reles animal que se aproximava tornava-se a pior das bestas-feras já conhecidas. Me tornei amarga e solitária. Mas me dava segurança contra o sofrimento, contra a perda, contra a decepção.
Mas, não sou o tipo de pessoa que curte inimizade por muito tempo. Então, meu forte se tornou uma ponte, por onde todos passavam em segurança para o outro lado.
Já tive, também, meu tempo de castelo. Fui princesa, encantada ou não. Tive dias de glória, de ser Ludmila (em russo, "amada pelo povo"), de viver contos de fada e de imaginar que do alto da torre avistaria o princípe encantado. Claro que eles se mostraram mais "sapo" do que príncipe. Então, meu castelo se tornou vida real e resolvi que as pedras seriam para coisas úteis.
Meu problema é que as benditas pedras estão se acumulando sobre minha mesa de trabalho. Não há pá, escavadeira ou enxada que as remova. Minha crise é em saber se o que estou fazendo com as pedras é o que eu deveria fazer. Se ao invés de construir pontes, incansavelmente, eu deveria montar escadas, como propôs a Talita. Ou mais: se ao invés de deixá-las amontoadas sobre a mesa, tentando, arduamente transportá-las de um lado para o outro, se eu não deveria construir casas populares, restaurantes comunitários e camas para os cansados.
Entendem o meu dilema? Joguem-me pedras! Não me importo com elas. Aprendi a me colocar no lugar das pessoas e entender sua dor. Meu problema é tomar pra mim essa dor e ao invés de ajudar a construir castelos ou pontes ou escadas (não sei se quero ajudar a construir fortes...), pegar o serviço sozinha e não me dar tempo para entender o motivo de a tal pedra me ter sido jogada.
Querem lançá-las? Mandem com um manual de instrução. O que fazer dessas pedras, afinal? Colocar no meio do caminho para que o poeta escreva sobre elas e nos deixe um milhão de perguntas sobre o significado da dificuldade que enfrentamos na vida (era disso mesmo que ele estava falando????)?
Usar a pedra como explicação sobre a preposição (esse é meu exemplo clássico para ensinar os alunos sobre a preposição no verbo transitivo indireto. Você desenha o homem caminhando em direção à sua casa. O homem é o verbo e a casa é o objeto. Se tem pedra no meio do caminho, é uma preposição e o verbo é indireto; se não tem, ele chega à casa diretamente, logo....entenderam????)
Se alguém tem dicas do que fazer com as pedras, me avisem. Pois a experiência com castelos e fortes não foi bem sucedida. Só não quero estar com a fábrica pronta e depois descobrir que deveria ter construído um playground.....

Rascunho para FELICIDADE

Fui confrontada com uma pergunta que não soube responder.
Sabe essas perguntas triviais, retóricas, que as pessoas fazem mesmo que não queiram realmente saber a resposta? Então. No meio da conversa me atiraram um "você é feliz?". Fiquei calada. Respirei fundo. Pensei 50 vezes antes de soltar um expressivo "ai", que arrancou risadas dos amigos na roda. Acho que foi o sentimento geral.
Afinal, o que é felicidade? Um pacote premiado? Um estado passageiro ou permanente? É resultado de algo ou alguém na sua vida ou existe por você mesmo? Maria Thereza Maldonado diz, de maneira quase formal: "a felicidade começa com você". Vai ver que é por isso que eu não soube responder. Não sei se é uma coisa da idade, sabe, aquelas fases que a gente é obrigado a passar, como foi a adolescência. No auge dos meus 16 anos eu não sabia o que queria ser ou fazer da vida. O que é pior: me encontro agora, no auge dos 26, no final da "década crítica", como diria James Dobson, com a mesma dúvida.
Dobson diz que todas as decisões que tomamos durante a "década crítica" vão definir o que seremos pelo resto da vida: com o que vamos trabalhar, com quem vamos casar, quem nós seremos. Surprise, suprise. Com exceção do jornalismo, não completei nenhuma das outras expectativas. E nem posso dizer que o que faço hoje me satisfaz completamente. Me parece vazio e sem objetivo noticiar o que noticio.
O que interessa, afinal, para descobrirmos se somos ou não felizes? Estávamos sentados no outro dia, curtindo uma conversa deste nível enquanto esperávamos nosso almoço chegar. Em pleno domingo, eu e outros quatro amigos, de idades variadas, mas próximas, discutíamos como temos desperdiçado nosso tempo com muito trabalho e pouco tempo pra realmente fazer o que gostaríamos, ou para cuidar de nós mesmos. Mas.....o que queremos fazer, afinal? Qual nosso objetivo? Somos jovens solteiros, recém-formados (ou caminhando para isso), construímos carreiras e destruímos sonhos.
Eu me lembro de quando passei no vestibular. Fiquei uns dois meses perdida. Toda a minha vida eu havia me preparado para alcançar aquela meta: passar no vestibular. E depois que isto aconteceu....fiquei sem saber o que fazer depois. Aos poucos, as metas foram mudando e o objetivo era me formar. Mas, formada, precisava ter um bom emprego. E este bom emprego tomou conta de todo o tempo da minha vida, de forma que não havia mais espaço para pensar, analisar e me encontrar satisfeita.
Como diria minha nova líder, "Cheguei a questionar se queria o Direito" (no meu caso, leia-se o "jornalismo"). Não quero odiar o que eu faço. Mas quero acordar com prazer para fazê-lo por mais um dia. Ainda que haja estresse, ainda que haja cansaço, ainda que haja muito trabalho. Quero acordar disposta e ter verdadeiro prazer por fazer o que eu faço. Por enquanto, essa seria minha felicidade.
De uma certa forma, tenho de concordar com a Sra. Maldonado: se eu não estou à vontade, o problema está em mim e jamais encontrarei a tal felicidade. Nesse sentido, me arriscaria ainda a concluir que felicidade é não abrir mão de mim...
(To be continued...?)

sábado, 11 de agosto de 2007

A minha quimera

O "tempo" me fugiu pelos dedos. Não tenho mais espaço para pensar em mim, para sonhar meus sonhos, para descobrir meus medos, estalar meus dedos, imaginar, sonhar ou ter pesadelos. Não há segundo, sequer, para me dar um abraço.
A sufocante atividade de manter-me ativista chegou em seu limite e me venceu. Pensar nas segundas-feiras que virão é um fardo sublime. Por que me fazer sofrer com o que ainda há de vir? Hoje, neste sábado, meu pouco tempo foi desperdiçado em sono. Numa posição quente e confortável debaixo das cobertas, que me despertou com a desagradável sensação do dever a ser cumprido.
Faça, faça, faça. Imperativo que eu mesma me impus.
A brincadeira da sempre repetida resmungação "não tenho tempo" não tem mais graça. Parem tudo. Eu quero descer. Não quero mais brincar. Quero recolher a bola e guardar os brinquedos. Quero apenas um minuto de silêncio. De paz interna. Quero calar os ecos do compromisso do dia seguinte e fechar a agenda do não-realizado.
Meu desejo é ter um dia de alívio. De descanso em volta da piscina, de curtir o sol sem preocupação. De dançar até doerem os pés. De namorar (ah....namorar.....) sossegada, conversando amenidades e banalidades, pelo simples prazer da companhia. De ler um livro de cada vez. De telefonar sem ser porque há algo de importante e imperativo pra dizer. De ter amigos e não apenas colegas de trabalho. De ser reconhecida pelo meu sorriso e alegria e não por minha competência em noticiar o fato segundos antes da concorrência.
Minha vontade é respirar profundamente. E correr simplesmente por ser saudável e não pelo stress da necessidade urgente.
Queria ter tempo.
Ter qualidade nos encontros com os amigos, nas saídas à noite pra bater-papo, nos filmes tantas vezes assistidos, mas nunca absorvidos. Queria caminhar sem ter rumo, virar aquela esquina só para saber o que tem do outro lado.
Queria liberdade responsável, não esse fardo alucinante do dia a dia de uma jornalista on line.
É possível combinar o prazer do trabalho bem feito com espaço temporal permitido a si mesma? Me digam os físicos e matemáticos. Há como escapar da angústia do pós-modernismo e da velocidade da informação? Afinal, quem lê tanta coisa? Quem escuta tantos tiros? Quem se importa com tantas mortes? Quem acompanha tantos jogos? Quem se preocupa com cada asneira que o presidente diz?????
É mesmo preciso toda essa avalanche de novidades? Morreríamos nós por um dia de silêncio?
...............
Tudo o que eu queria era poder parar.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Um amigo colorado


A você que me lê,

mas não comenta

Que tenta,

mas não agüenta

Ficar sem dizer que me ama

E me chama

Pra ficar bem pertinho de você.


A você que conhece os meus receios

Que descobre meus segredos

Que me faz rir sem sentir medo


A você que me espera incondicionalmente

Independente da resposta, ainda que friamente

Mesmo sabendo que ainda é "não"

Mesmo torcendo pela solução


A você que não desiste de perguntar por mim

E que não resiste ao meu "sim"

A você, amigo eterno

Umas letrinhas em seu favor:

No momento em que o mundo cala,

É a sua lembrança que me embala.

É no seu nome que eu sempre penso

Quando recordo os bons momentos.


Um poeminha é seu presente

Mas não fique muito contente

O coração continua fechado

Quem sabe um dia eu mudo esse embargo?


(heheheheehehehehehehe)

sábado, 2 de junho de 2007

Compras para uma solteira

Eis o que acontece, Anne. A vida de solteira tem um brilho inconfundível. Hoje, eu me senti envolvida por essa independência resoluta enquanto andava entre as gôndolas do supermercado a procura de um iogurte com suco, que adoro. Vi casais estressados, mães com filhos, pais engravatados brigando com crianças desobedientes e um aglomerado de "vizinhos" gritando por uma marca de leite inexistente.
Passei por todos eles, observando, sem encarar. Enchi o peito de satisfação e não posso negar que me senti extremamente...superior por ser solteira! Andei leve. Feliz com este pensamento de liberdade.
Fiquei pensando em um filme que gostávamos muito de assistir repetidas vezes... "You've got mail" era uma película sem grandes pretensões, mas tínhamos sonhado com a vida do personagem de Meg Ryan, sentada num canto de seu apartamento de solteira. A mim, Anne, só me falta meu lugar. Este poder que o ser solteira me dá tem um sabor perfeito. Fazer o que quero, quando quero, do jeito que quero!
Hoje, Anne, tudo o que penso é que respirar é bom. E ter um coração sossegado é uma bênção. Digo-te tudo isso para que, quando chegar a esta idade, lembre-se que há a chance de existir felicidade e satisfação independente do padrão geral. Na sabedoria bíblica, "não desperte o amor até que ele queira ser acordado".
Mas confesso, Anne, e não se assuste que minhas conclusões sobre estar só, acredito, são uma fase. E como todas, há de passar. Mas olho a lua cheia desta noite agradável e quase lamento a falta daquela dorzinha boa que chamamos de "amor" (o que? Estou convicta, sim. Mas nada me impede de me permitir o benefício da dúvida, certo? :) ...).

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Em uma noite fria

Quantos nomes eu ouvi naquela noite?
Por quanto tempo?
Por horas a fio, isso eu sei.
Com direito a poucos comentários, foram desfilando diante de mim, as donzelas impertigadas que, de tal forma, marcaram o coração de um certo Sr. X (Y? Z? W? N?!!!), que tornou-se impossível não trazer à vida as imagens que me eram contadas.
De Isabela, para Andrea (não, essa não marcou a história. Fez apenas uma ponta na produção), para Lygia, para Adrielle (será que tem dois "LL"?), para Fabiana, para Cássia, para Luzia, para...esqueci alguém? Se esqueci é porque o papel foi mero coadjuvante de segunda classe.
O que me atormenta, é pensar se, agora, o MEU nome não será também, apenas parte de uma lista. Com uma história que será contada junto a de tantas outras, com detalhes ainda tão bem lembrados, numa noite fria de sábado.
Há recompensa?
Escrever uma parte do livro do Sr. X é suficiente?
O que havia eu de querer? Ser possuidora do título da edição? Não...ainda não. O autor seria digno de me prender a tal ponto? Seria, de fato, uma prisão?
E onde ele se encaixa no meu desmonte de lembranças? Os meus traumas não são similares? As minhas queixas não corroboram para que nos aproximemos? É ele o título da minha obra? Ou mero espectador das tramas que eu mesma invento?
Vou precisar de mais uma noite. De mais um suéter. De mais um tanto de horas para que as nossas histórias deixem de ser apenas sobre o passado.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Meninos. Amigos. Sorrisos. Encontros. Novidades. Momentos. Perfeitos. Vida. Lembrança. Amores. Eternos...

Sem motivo

Você sabe o que é cansaço?
Daqueles dias que a mente já esgotou as tentativas de reagir ao que o corpo não suporta mais.
Daquele enfado da vida, onde tudo é bobagem e o sentido já não existe mais.
Daquela preguiça sem fim, quando os olhos só se abrem empurrados pelo som insistente do despertador.
Daquela dor que persiste e insiste em permancer para sempre presente no interior.