quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Amigos por querência

Estou aprendendo que a amizade mais sincera nem sempre é aquela que você vê todos os dias. Não sei se vocês, caros leitores, já passaram por este tipo de situação. Mas, querendo acreditar que conhecem o gostinho bom do reencontro dos verdadeiros amigos, vou propor um desafio.

Tenho um amigo que me disse, certa vez, que você só deve fazer algo em favor de outra pessoa se realmente quiser. Não faça por obrigação ou porque é o que esperam que você faça. Mas faça porque sentiu vontade de fazer. Assim, quando recebo mensagens dele, sei que está me escrevendo porque lembrou de mim e isso o motivou a me dirigir suas palavras que, aliás, são sempre recheadas com carinho (dá pra sentir isso até pela internet).

O mesmo acontece em relação aos meus amigos blogueiros. Recebi duas homenagens de minhas vizinhas e companheiras de terapia virtual, por ocasião do meu aniversário. Estou até pensando em manter a lembrança do meu dia por mais algum tempo: os presentes que estou recebendo são a excelência dos mimos. Isso porque são o fruto de mentes caprichosas, criativas e de corações que realmente valorizam a amizade.

Mesmo com toda a correria e milhões de páginas para estudar diariamente, a Marcia conseguiu homenagear, não só a mim, mas também nossos outros amigos-vizinhos-blogueiros. Que graça pensar que ajudamos uns aos outros a desconstituir os fortes e erguer sólidos castelos! (e não é assim que a amizade deve ser? Se seu grupo de amigos só te faz sentir mais vontade de isolar-se e defender-se contra tudo e todos, é melhor você repensar sua participação nesse meio. Se não te fazem sentir príncipes e princesas, prontos a viver a beleza dos contos-de-fada, melhor encontrar outros personagens para compor sua novelinha da vida)

Por parte da Talita, quase me sinto alegre por ela não estar trabalhando esses dias. Somente uma mente ociosamente criativa (no melhor contexto que Domenico Demasi poderia produzir) poderia trazer tantos desejos completos, tantos votos certeiros e de tamanha sabedoria. E ainda com todo o vaziiiiiiiiio que esses dias têm nos causado, conseguir demonstrar a profundidade dos seus sentimentos e a vontade genuína em estar ao seu lado para o que der e vier.

Do outro lado do mundo (ou quem sabe, lá na parte norte), Claudinha está nos deixando participar - ainda que em porções diminutas - de suas loucas aventuras no reino da gringolândia. Mas, vamos combinar que já deu. Estamos com saudade e está bom de voltar. E o Ricardo...bom, o Ricardo é onipresente em nossos corações. Com seu estilo discreto, mas firme, todos os dias ele tem sido uma surpresa nas minahs horas.

Portanto, com a vontade expressa, deixo minha admiração e minha torcida para que a Marcia seja a nova juíza do pedaço; a Tita volte aos seus dias de glória e de trabalhadora, assalariada, mas em dólar!; que a Cláudia volte cheia de histórias felizes; e o Ricardo liberte-se das amarras e funde sua república de independência. Planto para vocês, meus queridos, um broto de esperança, regado a muita amizade, com alegria por ter, em vocês, companheiros de vida.

E este é o desafio: exponha-se por seus amigos. Ligue, escreva, abrace, encontre, reúna, demonstre a importância deles na sua vida. Mas que seja por vontade.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um girassol na janela

Estava aqui pensando que estou precisando desafogar um pouquinho...sabe? Para manter a sanidade mental. Então, tenho de contar (como se eu fizesse algum segredo disso) que hoje é meu aniversário. Sim, 27 aninhos. Confesso que nunca me imaginei nesta fase da vida e não sei bem o que fazer desses dias.

Supõe-se que depois dos 25, somos definitivamente adultas e, confesso e admito, a responsabilidade aumenta, o tempo se esvai, mas continuamos tentando manter a juventude. Não que ela tenha sumido, de maneira nenhuma. Mas....aos 27 esperamos que as coisas estejam mais focadas na sua mente e o horizonte pareça menos anuviado.

Dizem que uma moça que não se casa até os 25, está passada. Balela. Faço parte de uma geração que venceu - e vence todos os dias - esses preconceitos infames de que só somos felizes se nos casarmos. Sou, sim, um feminista romântica. É claro que sonho com um marido, com filhos, com família. Mas, definitivamente não é o que norteia minha vida.

Hoje, minha principal preocupação é com carreira, com a construção de mim mesma, com o fortalecimento dos relacionamentos vertical e horizontal. Meus olhos estão fitos...no nada! hahahaha Tenho planos que eu ainda não sei quais são, mas confesso que eles só dependem da minha boa vontade, coragem e o empurrãozinho santo de Deus para se tornarem reais.

Para quem está chegando a esta primavera, meu único conselho é o que eu mesma preciso seguir: acredite em você mesmo, acredite que suas decisões estão sendo direcionadas por Deus (isso, obviamente, partindo do pressuposto que você tem buscado a vontade dEle), respire fundo e encontre coisas que te deixam feliz! Mantenha seu relacionamento com sua família bem firmado - ninguém nunca vai te amar como eles -, tenha tempo para você, sonhe com dias melhores, deseje o bem, não importa a quem.

E queira ter um grande amor. Daqueles pra suspirar ao lembrar, daqueles que não saem da cabeça, daqueles que acrescentam bons dias ao seu calendário, daqueles que são a amizade mais importante! Entre no novo ano de cabeça erguida, com cheiro de paz, confiante no amor do nosso Deus!

E seja como o girassol: busque o sol, sempre, para manter uma vida saudável. E não esqueça: a felicidade começa com você!

Feliz niver para mim!!! :-)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sacudindo a poeira

Acabei de voltar de um tour pelos blogs vizinhos e percebi que já está na hora de dar um up grade nesta minha sala de terapia. Quero contar a vocês sobre a deliciosa conversa que tive com a Tita no último sábado. Digamos que deixamos de lado nossas responsabilidades daquele dia e nos dedicamos a discutir o sentido da vida. E não estou falando metaforicamente. Realmente sentamos para almoçar e discutir para quê serve viver. Uma discussão profunda, mas que, naquele dia, era o que estava na ponta de nossas línguas e era o fio condutor dos nossos pensamentos.

Não que tenhamos chegado a alguma conclusão, mas confesso que a conversa com minha sábia companheira de terapia me ajudou a ter um olhar menos pessimista da vida. Vejam vocês: muitas vezes me pego na descrença de que não vale a pena correr atrás de qualquer coisa nessa vida. Mesmo porque, de que adianta? No final, todos vamos morrer e nosso trabalho aqui será em vão. No meu sentimento, penso que só vale a pena viver se for para ganhar pessoas para Jesus e mostrá-las a vida eterna. Afinal, já que elas também vão passar dessa, que seja para uma melhor.

Mas eis que minha querida amiga pensadora me mostrou o que eu não estava vendo: Deus não nos daria a possibilidade da vida única e exclusivamente para que cumpríssemos uma missão. Só nascemos para ter a obrigação de fazer algo. Não. A vida tem de ser mais do que isso, ainda que seja por uma missão nobre, como levar a salvação. A vida, como aprendi naquele sábado, precisa ser prazerosa, precisa ter gostos bons, cheiros marcantes, situações que nos façam felizes por acordar respirando. Não pode ser só um emaranhado de responsabilidades e corrida contra o tempo: há de ter prazer.

E isto me levou a crer que a Tita tem razão. O próprio Jesus disse que nos daria vida e vida em abundância. e me lembro de um tempo em que eu defendia esta posição. Não se trata só da nossa vida vindoura, na eternidade exuberante ao lado do nosso Amado. Mas refere-se também ao nosso tempo nesta terra. A chamada urgente é que não façamos dos nossos dias um fardo, mas encontremos, mesmo em meio às responsabilidades, um algo que nos faz merecedores do ar que respiramos!

Então, os conclamo a borboletearmos neste dia! Encontrar motivos para viver. Nos livrar dos vícios (quem ainda não teve o prazer, vá em http://www.titasales.blogspot.com e leia o post da Tita) e buscar a vida saudável e desejável, mesmo que atarefada. Vamos viver e viver intensamente! ;-)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Meia parede de um forte

Cheguei a uma conclusão: não se pode derrubar todo o forte. É preciso deixar meia parede levantada. Pelo menos um côvado de altura. Só o suficiente para conseguir vencer as situações da vida sem o humilhante e desesperador desejo de chorar. Pois, afinal, é para isso que serve o forte: não apenas para se esconder, mas também para se proteger dos ataques da vida. Para impedir que a calhordice te passe uma rasteira e só você seja prejudicado. Há coisas que não merecem nossa candura, nossa amizade, nossa preocupação.

Mas tenho de confessar de que meu forte anda sendo reforçado pelo apoio de amigos e da minha família. Não no mau sentido, pelo contrário. Esta parte que eu considero positiva do forte, que nos ajuda a encarar os problemas de maneira sóbria, sem se deixar envolver, tem sido erguida pelos braços de quem se importa conosco.

Essa posição solitária que o forte acaba exigindo só acontece se deixamos que muro suba acima de nossas cabeças, proibindo a entrada de qualquer outro ser. Enquanto a parede está a uma altura razoável, funciona como um bom suporte contra os abusos externos. Continuo, por isso, sendo adepta da máxima "sou crente, mas não sou besta". E admito, por fim, que minha cunhada tem razão: "tudo que é bom, dura o tempo suficiente".

E voltamos à estaca zero. À busca do equilíbrio. À defesa da sanidade mental. Mas com uma decisão acertada: a exploração da minha boa vontade termina por aqui.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Is. 6:8

Onde foi que eu me perdi? Em que esquina eu esqueci o caminho e passei a andar pela estrada errada? Não era aqui que eu queria ter chegado. Não era nisso que queria ter me transformado. Meu coração, agora, se corrói por saber que mais do que uma máscara, também estou usando amarras. Presa aos compromissos inadiáveis do depois.
Me fiz de forte todo esse tempo só para contar a mim mesma, num sussurro segredável, que essa fortaleza não existe, que minhas pernas estão bambas, que as lágrimas são minha melhor resposta, que o desespero se apossou dos meus sonhos.
Mais uma vez não vejo sentido nessa vida. Ajuntar, trabalhar, informar sem motivo. O resultado final será o mesmo: o fim da vida e tudo não passou de um ledo engano. Minha saída está longe daqui, longe do escritório fresco pelo ar condicionado. Está nos tambores que ficaram impressos na minha alma, com a chamada urgente da salvação. Meu coração se regozija com "O chamado". Mas não estou atrás desse mistério. Me calo, me amarro e evito pensar no medo que tenho de encarar o desejo de ser simplesmente dependente de Deus.