quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Oração

As lágrimas caem compulsivamente. O som que chega aos meus ouvidos também atinge meu coração. Quantas e quantas vezes lamentei meu cansaço, minhas dores, minhas frustrações e dificuldades, mas não recorri Àquele que me proporciona o descanso, o conforto e a certeza de saber que tem alguém cuidando de mim?!
Philip Yancey escreveu o livro "Alma sobrevivente - cristão apesar da igreja", contando como livros e autores influenciaram sua permanência na fé. Eu acrescentaria as canções. A música, talvez até mais do que os livros, me são como água derramada em terra seca. Acertam em cheio meu coração, minha fé, minhas cordas vocais, tão preciosas para mim.
Neste tempo, em que meus dias estão sendo carregados de angústia, de incertezas, de estresse, de conflitos, lembrar o Autor da Minha Fé, seu amor, o Dia da Vitória, e tudo o mais que Deus significa para mim, todos os aspectos, todas as vertentes, é encontrar manancial de vida em meio ao meu deserto.
Uma coisa simples. Mas que no meu vácuo existencial, serviu para inflar ar, para propagar ondas sonoras, para despertar sorrisos, para me encher de gratidão.
As lágrimas correram ao som de "Glória ao Senhor, o Autor da Minha Fé" e da voz suave do meu Senhor a dizer "Estou aqui".

Deleite-se também.


Autor da minha fé

Paulo Cézar da Silva - Grupo Logos

Oh Pai, eu queria tanto ver o meu Senhor descer vindo me encontrar;
Eu posso até imaginar a refulgente glória, do senhor Jesus.
Transpondo as brancas nuvens, no mais puro azul,
Onde nem sul, nem norte existirá.
E em meio a lágrimas, sorrisos de alegria e de prazer
Eu que era cego, agora posso ver, contemplar, contemplar enfim...
Por isso eu canto glória.
Coro
Glória, glória, ao autor da minha fé
Glória, glória, ao autor da minha fé
Oh Pai, eu queria tanto, tanto ouvir o som que vai abrir,
O encontro triunfal.
Rever amigos que, um dia em Cristo foram, feitos meus irmãos.
E agora sim, podemos dar as mãos, pois temos todos um,
Somente um, um só Senhor.
E eis o consolo que envolve a minha vida, o meu senhor Jesus
Que foi morto sim, naquela cruz,
Voltará, voltará enfim...
Por isso eu canto glória.
Coro
Glória, glória, ao autor da minha fé
Glória, glória, ao autor da minha fé
Glória ao Senhor (Aleluia)
Glória ao Senhor (Aleluia)
Glória ao Senhor (Aleluia)
Autor da minha fé (Aleluia)
Glória ao Senhor...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Confiança

Tudo dói. Estabacada no chão, a ingenuidade abre os olhos e se depara com a necessidade de aprender a ser diferente. Sozinha se levanta e começa sua lição: confiança.

Limpa as mãos doloridas que tentaram aparar-lhe a queda; carente, enxuga a lágrima que teima em cair. Sozinha se ergue e dá mais um passo. Confiança.

Abaixa a cabeça, lembrando o deslize no piso, o som do salto rachando, o ego sendo embaraçosamente machucado. Sozinha, ajeita os cabelos e suspira profundo. Que confiança...

Seu apoio se partiu em pedaços. Sua verdade desmoronou com o colapso da mentira frágil. Encontrou no estrondo do tombo a realidade que tentou disfarçar. Sozinha, mancou trêmula até o sapato traiçoeiro. Confiança abalada, sem esperança de conserto.

Joelho ralado, o sangue a escorrer. Abre a porta devagar, com a dor como companheira. Ergue os olhos e já não é mais como antes. Chamou-se "vivida" e sorriu. Com tudo se aprende, com tudo se cresce. Não sem dor, nem paciência. Recolhe os cacos da confiança e os une junto ao peito. "Vamos de novo. Agora, do meu jeito".

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sem medo

Um vento fresco empurrou a janela, entrou pela casa e trouxe cheiro de mudança. Anunciou o que já esperava: vem novidade por aí! Me empurrou devagar pela sala e me fez olhar a janela do horizonte, contemplando um futuro que ainda vai ser construído.

O sol brilhante fez reluzir o caminho que será traçado. Ele ainda não está pronto, mas aguarda as próximas peças, os tijolos amarelos, os trilhos nos Alpes quando ainda não existia trem*. Um arrepio me cortou a espinha. Seria medo? A velha pergunta veio como um sussurro dos quartos: "e se eu falhar?".

Abri as cortinas, tentando espantar o pensamento e o receio. Tirei a poeira da soleira e li a verdade que havia esquecido: "Mudanças não são simples. Elas exigem sacrifícios". Para falhar, basta dar lugar ao temor e ficar remoendo as dificuldades, ao invés de encará-las.

Lembrei da balança que, desde A Grande Decisão, havia recuado 8kg, dos 15kg que precisavam sair. Lembrei da estrada, que me chamava pela manhã, como uma amiga que se aproximava sem suas críticas, mas com palavras de ânimo e reforço - "Você pode!". Lembrei dos filmes preferidos sobre viradas, dos textos da amiga Rê Cabral e da máxima divina "Tudo posso nAquele que me fortalece".

Lembrei da borboleta saindo do casulo: energia, força e esforço. Perdas de pele, tecido e reconstrução. Um processo que começa em seu nascimento e que se desenvolve até o grande dia da metamorfose. Sangue correndo pelas novas veias das asas, transformando-a no que nasceu pra ser: um ser alado, brilhante e admirado.

O vento fez a curva e me trouxe esperança. Renovou o ânimo e me fez aceitar o desafio: vai me custar, mas não posso desistir. É hora de renovação. É hora de trabalhar. É hora de fazer meu melhor. Por mim mesma. Sem medo.

*Citação do filme "Under the Tuscan Sun".