Para não contradizer a opinião popular, cá estou eu, em plena meia-noite, rodeada por malas, roupas, documentos e outras coisitas que ainda precisam ser "encaixadas" nas malas. Durante toda a semana, eu pensei quais roupas deveriam ser retiradas do guarda-roupa e incluídas no figurino que vai me acompanhar para mais uma viagem de trabalho.
Apesar de todos os planejamentos, listas e expectativa, não consegui vencer a minha postura previsível e, como já esperavam que eu fizesse, deixei a mala para o último momento. Mas, me pergunto, de que adiantaria arrumar a mala no início da semana se os detalhes ainda não estavam preparados?
Minhas malas são como a vida que tenho levado. Sempre parece que falta algo, uma vírgula, para que o grande texto final seja, enfim, escrito. Mas não é sem ansiedade e cansaço que isto é feito. Não é sem correria e planos que posso montar meu repertório.
Por isso, me sento e olho para a tela do computador. E suspiro e penso no que tenho a fazer, mas as palavras coesas só me veem quando tudo é silêncio ao meu redor. Depois que todas as horas e prazos se encerram, quando é hora de ir para casa, aí, neste momento entre a pressão total e a perda de seu sentido, é que a mágica acontece.
O texto flui, a música ressoa, as imagens brilham, os passos são dados e as malas fechadas e afiveladas. Meu futuro é uma caixa de surpresas equilibrada numa corda bamba. Deus a mantém segura sobre o fio e retira de lá os mais maravilhosos destinos, que repousam serena e seguramente no lado de cá do picadeiro. E agora, quando o silêncio se instalou nos meus aposentos, posso me dedicar a organizar a bagagem que, como um presente ao meu esforço, me acompanharão em mais uma viagem de trabalho....para Paris!
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