Às vezes tenho medo do que estou me tornando. Não que eu não ame o que faço, mas muito do que eu amo está sendo subjugado à necessidade premente do relógio e do dia a dia.
Eu vejo as pessoas falarem sobre mim, se referirem ao que sou com certo orgulho e admiração. E tento esconder meu embaraço por não sentir e por saber que não sou a metade do que os outros acham que veem que eu sou.
Eu me dirijo ao espelho e encontro olheiras que não somem, kilos que se acumulam e esperança que não se renova. Precisando urgentemente de um banho de mim. De olhar para os meus passos, os meus sonhos e a minha fé e revolver o entulho, tirar o lixo, limpar as bordas. Retocar, não a maquiagem, mas a veracidade que os meus olhos costumavam imprimir.
E eu fecho os meus olhos e dobro os meus joelhos. E deixo que as lágrimas corram pelo meu rosto. E espero.
Antes de dizer o primeiro vocativo, antes de me dirigir ao Todo Poderoso, eu ouço o meu silêncio e me descubro ainda mais necessitada da presença de Deus.
E devagar e gentilmente, Ele se volta pra mim e me deixa achá-lO. E é aí que eu redescubro meu sorriso, meu motivo de viver e de continuar fazendo o que faço com a mesma motivação e esmero: porque TUDO foi feito por Ele e para Ele. E a Ele eu devolvo, em gratidão.
2 comentários:
Lindo texto, adorei, parabéns.
Só temos que agradecer por ter uma vida, realmente. Por mais que as vezes nós achamos que não somos pessoas boas, no fundo, sabemos que somos, e Ele sempre nos ajuda a se encontrar e se valorizar.
A solução eu já te disse. Lembra daquela propaganda de desinfetante? "Chuta o balde minha filha". Lembre-se que tudo nessa vida passa. Você tem que estar bem e viva até lá. ;-)
beijos, ricardo
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