Ouvi, uma vez, que não pode haver uma crítica positiva, isto é, se é uma crítica, é contra algum erro que cometemos. Muitas pessoas não sabem como lidar com críticas, ainda que elas sejam feitas com a melhor das intenções. Até aí, eu consigo entender. Tem todo um lance envolvendo o ego, a auto-estima e bla,bla,bla. Mas, o que me dizem dos elogios? O que acontece às pessoas que não conseguem receber palavras de aprovação?
Algumas pessoas têm uma mania que a mim irrita. Depois de reunir todas as nossas forças e palavras para este momento, elogiamos um conhecido (a), para dizer que a roupa lhe cai bem, que o sapato é lindo, que a maquiagem está perfeita. Mas em troca, o que ganhamos? A frase dos aficcionados por serem mal-tratados: "Está às ordens/disposição".
Não estou pedindo o objeto do elogio emprestado. Estou apenas parabenizando o intelocutor por sua aparência. Por que oferecer? Por que destratar o artigo dizendo "nossa, mas isso é tão velho!"? A dificuldade das pessoas em aceitar elogios pode também se tratar de orgulho. Ou de timidez. Mas, qualquer que seja a desculpa, por favor, não ofereçam sua peça de roupa. Não estamos montando um brechó!
Paro aqui esta reflexão, que é mais um desabafo, para lembrar que passa de 1h30 da manhã e eu ainda estou pilhada, sem conseguir dormir.
De qualquer forma, voltando o assunto, não vamos deixar que mesmo a cobiça mais rasgada destrua nossa postura gentil. Um sorriso é o suficiente para agradecer. Acredite: se a resposta, ofertando o objeto elogioso, for dada a um mero conhecido, ele ficará sem graça e nunca mais vai elogiar você; e se for dirigida a um amigo, oras, se ele quiser emprestado, ele vai ter abertura para te pedir, sem precisar usar da desculpa de um elogio para tanto.
Se seu orgulho - ou sensação de rebaixamento - é tão monstruoso que te impede de realmente ser grato pelo elogio, procure um psicólogo. Mas eu ainda fico com o velho e bem sucedido "muito obrigado".
Boa noite.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
No corredor de Alice
Em um longo corredor, várias portas aguardam para serem abertas. O coelho branco passou, como sempre apressado e atrasado, mas os seus passos não puderam acompanhar seu saltitar para o mundo de Alice. Não. Desta vez, a escolha foi respirar e analisar as portas. Cada ranhura, cada modelo, cada tamanho e espessura.
Há uma chave pendurada no pescoço e pode ser que ela abra a porta que vai levá-la para aonde pretende ir. Mas, mais uma vez, se lembra que se forçar um pouco, ainda que a chave entorte, será possível descortinar qualquer novo destino. Mas a pressa em seguir o coelho branco te levou ao despenhadeiro uma vez e, agora, não é mais tempo de correr.
As possibilidades se aglomeram à sua frente, mas nada parece ter o mapa certo para o futuro. Esperar. Até quando? Não se sabe. Confiar? Não nos seus sentidos, mas na direção da paz. Feche os olhos e olhe para dentro de si. A resposta está no examinar-se. Atrás da porta está a confusão e a garantia. Basta decidir qual maçaneta girar.
Não, não adianta sentar no corredor vazio e chorar. Isso não vai resolver sua questão. Levante a cebeça, olhe para o alto, sinta o cheiro exalando por trás do invólucro. Defina seus passos, anote seus planos, trace uma meta, persiga o prazer de viver. Mas não se iluda: não é possível encontrar a saída pulando etapas. Não há pílulas vermelhas ou azuis para resolver sua indecisão.
Desista dos atalhos e do que é muito fácil. Sem comprometimento, investimento de energia e de tempo, não se vai a lugar algum. Pense e sinta. A decisão é só sua. E a satisfação está logo ali.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Uma máxima sentimentalista
Chegamos a uma conclusão, em consenso, que intimidade é uma m.......Não se pode ficar triste, doente, chateado, problemático, dormir mal ou pegar um resfriadinho sem que um amigo, daqueles que sabe reconhecer no seu andar seu estado de espírito, perceba que nem tudo está bem com você. Não bastasse não deixar que seus distúrbios passassem desapercebidos do resto do mundo, o amigo resolve ajudá-lo e questioná-lo sobre seu problema até que se sinta satisfeito com as respostas.
Há algum problema em remoermos um pouco de amargura? Em chorar? E sentir um vazio existencial como se nada mais fizesse sentido? Qual o problema em não querer comemorar nosso aniversário com festa, mas preferir que o dia passe em branco ou, no máximo, já que não dá para fugir, um aperto de mão e todos aqueles bons clichês que as pessoas nos dizem nessas datas? Por que não podemos não querer sentar junto à turma, ou sair, assistir filme e preferir ficar sozinho?
Há algum problema se as pessoas se preocupam conosco? Se querem nossa felicidade? Se se ofendem com quem nos ofendeu? Se tomam nossas dores e, mesmo respeitando nosso sofrimento, fazem de tudo para nos animar? Há um conflito se nos acham especiais e nos protegem contra situações e pessoas indiscretas?
O verbete "intimidade" significa uma amizade íntima, uma familiaridade, um agir sem cerimônia. Pressupõe a liberdade para perceber o outro. Ao mesmo tempo, também quer dizer "ambiente onde se tem privacidade, tranqüilidade, aconchego". Nos momentos em que nossa dor esconde o brilho no olhar, onde a raiva toma o lugar da apreciação, a mágoa embaça as boas lembranças, é na intimidade que encontramos o socorro.
Assim mesmo nos ensinaram sobre Deus: buscar uma intimidade com o Pai para que nós possamos saber qual é Sua essência. E, mesmo sem procurá-lO, sem querer contato, Ele nos encontra e, por nos conhecer, traz consolo, paz, abrigo e resposta. Muitas vezes, por meio de quem chamamos amigos.
Intimidade é uma m......porque não nos deixa chorar sozinhos.
Mas é um presente porque provamos que há quem se importe, mesmo quando nos sentimos isolados no meio da multidão. E ainda podemos chorar, mas não sem ter um ombro conhecido e um lenço com as inscrições bordadas da amizade.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Ó vida, ó dor.....
Vim chorar minhas pitangas e romoer meu medo. Se me permitem, vou dizer que hoje estou petrificada com o medo do incerto, do desconhecido e do amanhã. E o pior: esse medo já me acompanha há muito tempo.
Estive mexendo em cadernos antigos, diários de oração, blocos de anotações e agendas de dois, três anos atrás. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que todas as minhas orações e lamúrias são as mesmas de agora. Minha vontade de mudança, de que algo aconteça e de inquietação por estar estagnada.
Nenhum dos textos, porém, podia prever o que aconteceria quando a mudança chegasse. Estou eu aqui, de novo, com quatro, cinco opções de caminhos para seguir, sem confiança em nenhum deles e muitas dúvidas na minha mente. Fiz uma paradinha nas atividades do meu último dia de trabalho para contar que estou com medo das minhas decisões.
Sim, estou tipicamente ao ponto de deixar que as lágrimas desçam pelo rosto. Descobri, nos últimos dias, que não sou nem um pouco confiante em mim. Pelo contrário, estou me descobrindo com uma terrível baixa estima! E isto também é uma surpresa para mim! Como se nada do que eu pensei, aspirei, desejei, sonhei, planejei e esperei fosse dar certo. Entre coisas que eu deveria estar estudando, matérias que eu deveria estar escrevendo, materiais que eu deveria estar pesquisando e projetos que eu deveria estar apresentando, ainda tem essa estranha sensação de derrota.
Sei bem que os irmãos de plantão, certos da vitória que temos em Jesus, vão me escrever exortações, me condenando por sentir isso. Mas não se enganem: minha ansiedade já foi apresentada a Deus e Ele já está a par dos meus temores. Mas também sabe que sou humana e que tenho fraquezas. Mas, oras, não é na minha fraqueza que o poder de Deus se aperfeiçoa? Digamos que ele terá muito em que se aperfeiçoar. Minha vitória, no final das contas, será contada como glória a Ele, porque, sinceramente, do meu braço é que não virá o socorro.
Eu descobri também que tenho pedido as coisas erradas a Deus. E quanto a isso já comecei o meu conserto. Portanto, meus caros, não se preocupem que a alma está salva. Mas o psicológico (TX, há distinção entre um e outro?), está passando por uma situação amarga que ainda vai durar um tempo até que se torne em algo bom para o corpo.
Por enquanto, eu vou tocando TODAS as possibilidades ao mesmo tempo. Sem a certeza, ainda, de que estou na toada certa. Mas, vai que....uma delas me leve à estrada de tijolos amarelos.....ou então, Deus vai me abrir novas portas ainda desconhecidas....e isso demonstra bem quão perdida eu estou.
Estive mexendo em cadernos antigos, diários de oração, blocos de anotações e agendas de dois, três anos atrás. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que todas as minhas orações e lamúrias são as mesmas de agora. Minha vontade de mudança, de que algo aconteça e de inquietação por estar estagnada.
Nenhum dos textos, porém, podia prever o que aconteceria quando a mudança chegasse. Estou eu aqui, de novo, com quatro, cinco opções de caminhos para seguir, sem confiança em nenhum deles e muitas dúvidas na minha mente. Fiz uma paradinha nas atividades do meu último dia de trabalho para contar que estou com medo das minhas decisões.
Sim, estou tipicamente ao ponto de deixar que as lágrimas desçam pelo rosto. Descobri, nos últimos dias, que não sou nem um pouco confiante em mim. Pelo contrário, estou me descobrindo com uma terrível baixa estima! E isto também é uma surpresa para mim! Como se nada do que eu pensei, aspirei, desejei, sonhei, planejei e esperei fosse dar certo. Entre coisas que eu deveria estar estudando, matérias que eu deveria estar escrevendo, materiais que eu deveria estar pesquisando e projetos que eu deveria estar apresentando, ainda tem essa estranha sensação de derrota.
Sei bem que os irmãos de plantão, certos da vitória que temos em Jesus, vão me escrever exortações, me condenando por sentir isso. Mas não se enganem: minha ansiedade já foi apresentada a Deus e Ele já está a par dos meus temores. Mas também sabe que sou humana e que tenho fraquezas. Mas, oras, não é na minha fraqueza que o poder de Deus se aperfeiçoa? Digamos que ele terá muito em que se aperfeiçoar. Minha vitória, no final das contas, será contada como glória a Ele, porque, sinceramente, do meu braço é que não virá o socorro.
Eu descobri também que tenho pedido as coisas erradas a Deus. E quanto a isso já comecei o meu conserto. Portanto, meus caros, não se preocupem que a alma está salva. Mas o psicológico (TX, há distinção entre um e outro?), está passando por uma situação amarga que ainda vai durar um tempo até que se torne em algo bom para o corpo.
Por enquanto, eu vou tocando TODAS as possibilidades ao mesmo tempo. Sem a certeza, ainda, de que estou na toada certa. Mas, vai que....uma delas me leve à estrada de tijolos amarelos.....ou então, Deus vai me abrir novas portas ainda desconhecidas....e isso demonstra bem quão perdida eu estou.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Tic-Tac borboletal
Desta vez, não por insistência, mas porque senti necessidade, volto aqui para conversar. Estou há quatro dias da grande mudança. Mais quatro dias e todas as coisas podem mudar. O emprego será o de menos. O aumento (ou não) na renda no final do mês é importante, mas, confesso - até assustada - que não foi isso que me trouxe para onde estou. Foi, simplesmente, a necessidade de desanuviar, de mudar, de me libertar.
A mim me parece que todos ao meu redor estão em fase de mudança. Todos descobrindo coisas novas: quer sentimentos, quer posições, quer possibilidades, quer situações. O importante é não conviver mais com a inércia do dia a dia.
Medo? Com certeza. Continua por aqui firme e forte.
Confiança? Sim. Com a intensificação das orações que é, pelo sim pelo não, para não deixar que Deus esqueça de nós (como se precisasse.....)
Alegria. Surpreendentemente presente. O alívio de saber que o incômodo se foi e que o nível de perturbação já pode ser (a palavra que me vem é "increased") aumentado. Pelo status atual nós já passamos e vencemos (ou não?).
A fase mais difícil da mudança já aconteceu: a decisão. Daqui pra frente, meus caros vizinhos e amigos de terapia, basta o exercício - fadigante, eu sei - da disciplina, da manutenção do alvo, da vontade de não mais permitir voltar ao estado inicial, à estaca zero, à vaca fria.
Viva o chute no balde e a coragem dos 20 e poucos (ou muitos) anos!!!
P.S.: Eu sei que o post não ficou lá essas coisas, mas é que minha tia ficou aqui do meu lado e eu não consegui me concentrar apropriadamente...hehehehe ê, Lu....
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