Sob uma onda de reclamações e cobranças (hehe) para voltar a escrever, achei melhor vir contar meu estado de humor indignado por trabalhar em uma empresa privada. Se vocês me permitem, deixando de lado toda a religiosidade, mas, neste momento, detesto meu chefe. Pensei por algumas vezes se deveria escrever a palavra ODEIO, mas teria de dar uma explicação aos teólogos de plantão, por isso preferi amenizar o rancor.
Emprego não está chovendo na horta de ninguém hoje em dia, mas será que temos mesmo de nos submeter a este tipo de arrogância capitalista, que além de explorar (do dicionário: "explorar, explorador": que sabe enganar alguém manhosa e maldosamente; que tira proveito de parentesco, amizade, relações com; sugar), quer determinar os dias que podemos tirar férias (e ainda saber pra quê), atrasar salário, gritar, cobrar o que não nos compete fazer, exigir que fiquemos além da hora (e nem pergunte sobre a hora extra. Deixou de existir) e sem reclamar....?
Sinceramente, só vejo uma saída e é o que proponho para hoje: está na hora de mudar de vida. Vamos ver o lado "brilhante" da coisa: este é um incentivo para procurar um emprego novo, me estressar com um chefe novo, com um assunto novo, com uma rotina nova. Como diz o poeta "ESTE ANO EU VOU MUDAR DE VIDA". O ano está quase acabando, mas ainda dá tempo de dar uma virada nesta realidade infeliz que consome nosso tempo, nosso humor, nosso rendimento, nossos relacionamentos, nosso tudo.
Afinal, se é para viver pelo trabalho, que pelo menos seja algo agradável... Então, se me dão licença, vou arrumar meu currículo e partir pra briga, porque se eu me conheço bem, se deixar pra daqui a pouco, o ânimo passa e eu vou continuar só reclamando dessa vida ingrata, desumana e desonesta comigo mesma.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Estátua de sal
O que temia aconteceu:
Estou apaixonada pelo passado de nós dois.
Tenho em mim as marcas do primeiro amor
Eternizadas nas lembranças da adolescência bem vivida.
Um som, uma voz, o toque do telefone
De maneira inesperada, o coração acelerou
E, perplexa, percebi
que a saudade daqueles dias ainda mora aqui.
Já dizia a canção
"eu era tão feliz e não sabia"...
Mas rejeito a menção
da possibilidade remota
Me calo e me obrigo a esquecer
dos dias
dos meses
dos anos
em que vivemos
e que lutei para te enterrar
no abismo profundo do não-querer.
Estou apaixonada pelo passado de nós dois.
Tenho em mim as marcas do primeiro amor
Eternizadas nas lembranças da adolescência bem vivida.
Um som, uma voz, o toque do telefone
De maneira inesperada, o coração acelerou
E, perplexa, percebi
que a saudade daqueles dias ainda mora aqui.
Já dizia a canção
"eu era tão feliz e não sabia"...
Mas rejeito a menção
da possibilidade remota
Me calo e me obrigo a esquecer
dos dias
dos meses
dos anos
em que vivemos
e que lutei para te enterrar
no abismo profundo do não-querer.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Ode ao silêncio
(Esse é especialmente pra vc, TX)
Esta foi uma semana atípica. Mais da metade dela passei em casa, fazendo nada, ou um monte de coisas que normalmente não faria, como passar a tarde no shopping, estudando na praça de alimentação ou ir ao cinema sozinha e aproveitar um filme ruim e o ingresso barato para poder relaxar. Voltei ao trabalho na quinta-feira. E descobri o que eu já sabia: senti falta da correria, do monte de coisas para fazer, de tomar decisões. Não senti falta da pressão do dia a dia. Mas me senti bem por voltar à ativa.
O que aprendi é que, às vezes, é preciso parar para fazer nada. Nos permitir o momento de silêncio (ainda que ele seja um eterno inimigo, mas necessário) faz parte do roteiro para se manter a saúde física e mental. É como um remédio amargo que não te traz alegria nenhuma em ingerir, mas que traz cura.
Essa é minha relação de amor e ódio com o silêncio: paradoxalmente à minha impossibilidade inata de viver sozinha, preciso da quietude para desacelerar a alma, renovar o espírito, clarear a mente. E claro, ouvir a minha própria voz.
Nestes textos aqui postados expressei livremente meus temores e deixei que o silêncio fosse rompido. As palavras ricochetearam em respostas dos amigos queridos que me apontaram novos caminhos e percepções que EU, sozinha, não tive.
O mais interessante dessa "terapia de grupo" em que transformamos nossas páginas foi chegar a uma conclusão comum: todos temos problemas, mas todos temos possíveis soluções para oferecer. E eis a minha: a culpa pelo parar, pelo desacelerar, pelo fazer uma coisa de cada vez e respeitar meus limites deixou de existir. Simplesmente porque não é culpa puxar o pino do relógio e deixar seus ponteiros inertes por alguns instantes. É um direito. E é consciência de que se não se permitir, pelo menos, 30 minutos diários de silêncio em meio à turbulência, o marcador de temperatura vai subir e, como uma caldeira em ebulição, você explode e perde a serventia.
O silêncio me despertou para obrigação do descanso e isso, meus caros, é liberdade. Liberdade responsável.
Esta foi uma semana atípica. Mais da metade dela passei em casa, fazendo nada, ou um monte de coisas que normalmente não faria, como passar a tarde no shopping, estudando na praça de alimentação ou ir ao cinema sozinha e aproveitar um filme ruim e o ingresso barato para poder relaxar. Voltei ao trabalho na quinta-feira. E descobri o que eu já sabia: senti falta da correria, do monte de coisas para fazer, de tomar decisões. Não senti falta da pressão do dia a dia. Mas me senti bem por voltar à ativa.
O que aprendi é que, às vezes, é preciso parar para fazer nada. Nos permitir o momento de silêncio (ainda que ele seja um eterno inimigo, mas necessário) faz parte do roteiro para se manter a saúde física e mental. É como um remédio amargo que não te traz alegria nenhuma em ingerir, mas que traz cura.
Essa é minha relação de amor e ódio com o silêncio: paradoxalmente à minha impossibilidade inata de viver sozinha, preciso da quietude para desacelerar a alma, renovar o espírito, clarear a mente. E claro, ouvir a minha própria voz.
Nestes textos aqui postados expressei livremente meus temores e deixei que o silêncio fosse rompido. As palavras ricochetearam em respostas dos amigos queridos que me apontaram novos caminhos e percepções que EU, sozinha, não tive.
O mais interessante dessa "terapia de grupo" em que transformamos nossas páginas foi chegar a uma conclusão comum: todos temos problemas, mas todos temos possíveis soluções para oferecer. E eis a minha: a culpa pelo parar, pelo desacelerar, pelo fazer uma coisa de cada vez e respeitar meus limites deixou de existir. Simplesmente porque não é culpa puxar o pino do relógio e deixar seus ponteiros inertes por alguns instantes. É um direito. E é consciência de que se não se permitir, pelo menos, 30 minutos diários de silêncio em meio à turbulência, o marcador de temperatura vai subir e, como uma caldeira em ebulição, você explode e perde a serventia.
O silêncio me despertou para obrigação do descanso e isso, meus caros, é liberdade. Liberdade responsável.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Castelos e Fortes - versão de borboleta
Estou passando por uma fase nada confortável ultimamente. Não sei se posso classificá-la como uma "crise existencial", mas é algo muito similar. Acho que está mais para uma "crise temporal-qualitativa". Dessas que você não tem tempo sequer para pensar em porque não tem tempo. Enfim. Motivada por duas de minhas blogueiras (isso é um neologismo?) preferidas, Márcia e Talita, resolvi, também, escrever sobre os fortes e castelos da minha individualidade (para que você entenda do que se trata, vai aí o endereço da Márcia e, de lá, você acha o da Talita: http://breakingtime.blogspot.com/) .
As pedras com as quais estruturei a moradia da minha alma eram feitas de um material frágil que, com um pouco de tempo, compreensão e perdão, foram sendo substituídas. Mas não posso afirmar que cheguei a construir fortes nem castelos. Tive os meus momentos de soldado preso atrás das colunas e muralhas do meu forte, de onde sequer podia olhar por cima do muro para espiar o inimigo. Qualquer reles animal que se aproximava tornava-se a pior das bestas-feras já conhecidas. Me tornei amarga e solitária. Mas me dava segurança contra o sofrimento, contra a perda, contra a decepção.
Mas, não sou o tipo de pessoa que curte inimizade por muito tempo. Então, meu forte se tornou uma ponte, por onde todos passavam em segurança para o outro lado.
Já tive, também, meu tempo de castelo. Fui princesa, encantada ou não. Tive dias de glória, de ser Ludmila (em russo, "amada pelo povo"), de viver contos de fada e de imaginar que do alto da torre avistaria o princípe encantado. Claro que eles se mostraram mais "sapo" do que príncipe. Então, meu castelo se tornou vida real e resolvi que as pedras seriam para coisas úteis.
Meu problema é que as benditas pedras estão se acumulando sobre minha mesa de trabalho. Não há pá, escavadeira ou enxada que as remova. Minha crise é em saber se o que estou fazendo com as pedras é o que eu deveria fazer. Se ao invés de construir pontes, incansavelmente, eu deveria montar escadas, como propôs a Talita. Ou mais: se ao invés de deixá-las amontoadas sobre a mesa, tentando, arduamente transportá-las de um lado para o outro, se eu não deveria construir casas populares, restaurantes comunitários e camas para os cansados.
Entendem o meu dilema? Joguem-me pedras! Não me importo com elas. Aprendi a me colocar no lugar das pessoas e entender sua dor. Meu problema é tomar pra mim essa dor e ao invés de ajudar a construir castelos ou pontes ou escadas (não sei se quero ajudar a construir fortes...), pegar o serviço sozinha e não me dar tempo para entender o motivo de a tal pedra me ter sido jogada.
Querem lançá-las? Mandem com um manual de instrução. O que fazer dessas pedras, afinal? Colocar no meio do caminho para que o poeta escreva sobre elas e nos deixe um milhão de perguntas sobre o significado da dificuldade que enfrentamos na vida (era disso mesmo que ele estava falando????)?
Usar a pedra como explicação sobre a preposição (esse é meu exemplo clássico para ensinar os alunos sobre a preposição no verbo transitivo indireto. Você desenha o homem caminhando em direção à sua casa. O homem é o verbo e a casa é o objeto. Se tem pedra no meio do caminho, é uma preposição e o verbo é indireto; se não tem, ele chega à casa diretamente, logo....entenderam????)
Se alguém tem dicas do que fazer com as pedras, me avisem. Pois a experiência com castelos e fortes não foi bem sucedida. Só não quero estar com a fábrica pronta e depois descobrir que deveria ter construído um playground.....
Rascunho para FELICIDADE
Fui confrontada com uma pergunta que não soube responder.
Sabe essas perguntas triviais, retóricas, que as pessoas fazem mesmo que não queiram realmente saber a resposta? Então. No meio da conversa me atiraram um "você é feliz?". Fiquei calada. Respirei fundo. Pensei 50 vezes antes de soltar um expressivo "ai", que arrancou risadas dos amigos na roda. Acho que foi o sentimento geral.
Afinal, o que é felicidade? Um pacote premiado? Um estado passageiro ou permanente? É resultado de algo ou alguém na sua vida ou existe por você mesmo? Maria Thereza Maldonado diz, de maneira quase formal: "a felicidade começa com você". Vai ver que é por isso que eu não soube responder. Não sei se é uma coisa da idade, sabe, aquelas fases que a gente é obrigado a passar, como foi a adolescência. No auge dos meus 16 anos eu não sabia o que queria ser ou fazer da vida. O que é pior: me encontro agora, no auge dos 26, no final da "década crítica", como diria James Dobson, com a mesma dúvida.
Dobson diz que todas as decisões que tomamos durante a "década crítica" vão definir o que seremos pelo resto da vida: com o que vamos trabalhar, com quem vamos casar, quem nós seremos. Surprise, suprise. Com exceção do jornalismo, não completei nenhuma das outras expectativas. E nem posso dizer que o que faço hoje me satisfaz completamente. Me parece vazio e sem objetivo noticiar o que noticio.
O que interessa, afinal, para descobrirmos se somos ou não felizes? Estávamos sentados no outro dia, curtindo uma conversa deste nível enquanto esperávamos nosso almoço chegar. Em pleno domingo, eu e outros quatro amigos, de idades variadas, mas próximas, discutíamos como temos desperdiçado nosso tempo com muito trabalho e pouco tempo pra realmente fazer o que gostaríamos, ou para cuidar de nós mesmos. Mas.....o que queremos fazer, afinal? Qual nosso objetivo? Somos jovens solteiros, recém-formados (ou caminhando para isso), construímos carreiras e destruímos sonhos.
Eu me lembro de quando passei no vestibular. Fiquei uns dois meses perdida. Toda a minha vida eu havia me preparado para alcançar aquela meta: passar no vestibular. E depois que isto aconteceu....fiquei sem saber o que fazer depois. Aos poucos, as metas foram mudando e o objetivo era me formar. Mas, formada, precisava ter um bom emprego. E este bom emprego tomou conta de todo o tempo da minha vida, de forma que não havia mais espaço para pensar, analisar e me encontrar satisfeita.
Como diria minha nova líder, "Cheguei a questionar se queria o Direito" (no meu caso, leia-se o "jornalismo"). Não quero odiar o que eu faço. Mas quero acordar com prazer para fazê-lo por mais um dia. Ainda que haja estresse, ainda que haja cansaço, ainda que haja muito trabalho. Quero acordar disposta e ter verdadeiro prazer por fazer o que eu faço. Por enquanto, essa seria minha felicidade.
De uma certa forma, tenho de concordar com a Sra. Maldonado: se eu não estou à vontade, o problema está em mim e jamais encontrarei a tal felicidade. Nesse sentido, me arriscaria ainda a concluir que felicidade é não abrir mão de mim...
(To be continued...?)
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