Os dias estão se aproximando mais rápido do que eu esperava. Logo, logo já será abril e eu estarei voando para terras distantes e desconhecidas. Eu já tenho o mapa, as indicações de transporte, restaurantes e passeios. Mas ainda não pensei nos estudos, que serão puxados, na casa que irá me receber e nem nas pessoas que vou conhecer.
Há uma certa melancolia nestes preparativos. É quase tolo pensar no que irá acontecer antes de chegar lá. Até aqui tenho pensado por muito tempo na segunda parte da viagem, no Velho Mundo, em sua gastronomia, sua utopia, sua inspiração. E tudo soa deliciosamente encantador. Mas o que fazer com a primeira parte?
Não conheço o Canadá. Nem mesmo uma pontinha. Sei que é bem frio. Não sei como são as pessoas e nem o inglês. Vou estudar a língua por um mês, em ritmo frenético, tirar certificado, reconhecimento e me aprimorar no idioma que escolhi como segunda língua. Meu Moleskine já está comprado há meses, com "Vancouver" estampado na capa e esperando, com suas páginas brancas, por minha caneta mágica, que vai descrever as sensações, as percepções e as observações. Serão feitas em português, aliás. Assim, me volto a minha terra, enquanto vivo no outro hemisfério.
Irei sozinha ao Canadá. Será meu mergulho em mim até que eu me divida com os amigos que penso que farei, com os lugares que visitarei e com a casa que me receberá. Estou desenhando meus passos até lá e antes que os dias passem mais rápido, ainda tenho detalhes para acertar desta aventura....