Casa. Asilo inviolável, protegido e definido constitucionalmente. Olho para minha casa e não a reconheço. Aquelas janelas mudaram de cor com o tempo. A porta de entrada parece menor a cada noite em que preciso atravessá-la. Esses azulejos não estavam aqui na tarde em que me mudei.
Os trincados e rachaduras da parede não demonstram abandono. Pelo contrário, eles registram os anos de convivência, de uso, de entra e sai da família, dos amigos, da vida.
Encaro o jardim. Ele está mais verde este ano. A varanda parece mais aconcehgante. Até o novo passeio é mais convidativo. As portas estão escancaradas, prontas a receber as visitas, mas a casa está silenciosa.
Só há ao seu redor e em seu interior o doce sussurro do silêncio, da paz que veio para ficar. Do desenrolar dos dias e do calendário a casa está marcada. Aqui do portão, ela parece sorrir. Palco de tantas novidades, ela também se prepara para as mudanças.
É um móvel novo que acabou de chegar, é um habitante a menos em suas alcovas. E a casa permanece ali, pronta para as chuvas e para o sol. Abrigo inviolável, sem ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador....ela mesma me faz o convite. E nela eu me encontro como a principal visita.
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