Na minha parede há um pequeno cartaz feito à mão, que fiz durante uma noite insone de trabalho, e que diz "Mantenha seu foco". Mas o lembrete vai muito além das minhas responsabilidades diárias. Ele me diz para pôr os meus olhos no autor e consumador da minha fé, no meu Pai, que pode tudo quando eu não posso mais.
Mas, algumas vezes, eu passo agir como um amigo, de quem tive notícia hoje, que saiu de casa, deixou uma dívida de quase mil dólares com os pais e foi morar com uma mulher que ele conheceu há menos de três semanas pela internet - sem esquecer o detalhe de que ela nunca foi casada, mas tem quatro filhos. E quando isto acontece, me sinto muito independente e passo a olhar para as coisas que quero, as situações que controlo e os desejos do meu coração.
Há algumas semanas, tive o privilégio de ouvir uma menininha de oito anos cantando. Ela, diante da platéia desconhecida de adultos, olhou para o moço com violão que a acompanhava, apenas uma vez. Depois, fixou seus olhos em seu pai, sentado na beira da cadeira, na quarta fileira, que balbuciava as palavras da música junto com ela. Em nenhum momento ela fechou os olhos, olhou para outro lado ou pareceu perdida. Ela olhava para seu pai e, enquanto fez isso, cantou toda a música, em inglês e português, sem tremer nenhuma vez.
E é assim que devo agir. A metáfora é verdadeira. A Bíblia nos diz para não desviar nem para a esquerda, nem para a direita. E quando tiramos nossos olhos de Deus, vagamos por todas as direções sem encontrar um rumo certo e ainda levamos, "de presente", quatro filhos, que não são nossos, para criar.
Mas quando nos espelhamos nAquele que nos ama com amor incondicional, fitamos nosso Pai, sentimos a segurança de cantar a música inteira até o fim. E é isto que quero me lembrar esta noite. De parar de olhar para as circusntâncias, para o meu medo, para o meu umbigo e olhar para o meu Pai. E seguir as notas que Ele está cantando, na tentativa de me guiar pela melodia correta.