Em poucos dias enfrentei uma série de altos e baixos emocionais. Série de enfrentamentos virtuais, pessoais e reais. Como uma campanha política, tive amigos assumindo lados a favor e contra, tomando partidos, defendendo seus times e conceitos.
Um monte de gente se metendo, dando opinião, mexendo com nosso humor, criticando, querendo rotular se estávamos certos ou errados.
Em nenhum momento, no entanto, ninguém* perguntou como nos sentimos, como NÓS estávamos encarando nosso "problema", como víamos toda a situação. Nos espremeram contra a parede, tentando nos convencer, como em boca de urna, do que deveríamos fazer.
Nenhum deles olhou para nós e se calou. Nenhum observou nosso sorriso, nosso olhar brilhando, nossas mãos preenchidas pela mão do outro, nossos desejos e nossos próprios medos. Ninguém se importou com o que NÓS estávamos pensando, sentindo e vivendo.
O que pensam? Que não sabemos dos riscos, do fora do comum, das dificuldades? Não precisamos dos dedos apontados contra nós, mas precisamos de braços estendidos, prontos para um abraço acolhedor, que nos garanta que a amizade está acima do preconceito, das opiniões pessoais, voltadas para nós e nossas próprias fraquezas.
Precisamos de nossos amigos como amigos, não como nossos julgadores. Se vai dar certo, é uma especulação que não nos permitimos responder. O mais provável é que não. Mas, enquanto durar, queremos o respeito alheio, o suporte daqueles que nos chamam de irmãos, que nos querem bem.
As autoridades sobre nós - pais e pastores - apontaram todos os perigos desta trajetória. Mas nos abençoaram, oraram e apoiaram. Mas dos nossos amigos, que andam conosco, esperávamos um pouco mais de positivismo e um pouco menos de cimento e massa corrida nas mãos que nos afagam.
(*salvo exceções)