"- Since I got here, everyone tell me who I should be and what I should do...
- But you must do it. If you get away from the path...
- I'll do my path now".
A chave está sobre a mesa. Das várias portas, apenas uma se abriria ao encaixe perfeito da fechadura. Do lado de lá, as escolhas seriam consequência da primeira delas: não desistir de alcançar a chave e ter o tamanho exato para passar pela minúscula porta que levaria ao desconhecido mundo que, até então, era pintado de sonho.
Como Alice, me deparo com as portas em um longo corredor. Minhas chances estão estampadas não em uma abóbada fechada e enclausurada por uma uma única opção de saída, mas desfilam diante de mim como inúmeros invólucros fechados. O primeiro passo faz ranger o chão. E a temperatura oscilante faz a madeira tilintar.
Olho para os lados, para cima e ao redor de mim. Em meio a penumbra vejo meus passos inseguros caminhando dentro de sapatos brancos de verniz. Um ruído qualquer ecoa no salão. Tento conter minha ofegante respiração, que se encontra com seu maior medo: o desconhecido.
De repente, uma voz ressoa familiar... "Aproveitem, estúpidos, enquanto o futuro ainda é maior do que passado".
"- You have lost your muchless"...
É hora de escolher o caminho. Ao invés de deixar que me digam quem devo ser ou o que devo fazer, eu digo: desta vez, eu farei meu próprio caminho. A decisão de continuar, de abrir a porta de conhecer o irreconhecível ou de simplesmente sentar e chorar é minha e de mais ninguém. E o que me difere de Alice? Seja qual escolha fizer, no final, não estarei diante do perigo sozinha.