quarta-feira, 28 de maio de 2008

Atrás da porta

Ninguém sabe o que acontece quando aquela porta se fecha. Não, não é uma audiência santa, muito menos um descanço merecido. É confusão, lágrimas e desorganização.
Em cima da mesa, muitos livros espalhados. Sobre a TV, filmes incontáveis. Todas as oportunidades de fugir da realidade estão ali, atrás daquela porta. Os sonhos que jamais existiram, as vontades que jamais aconteceram, as palavras que jamais foram balbuciadas.
Por trás da porta jaz uma menininha que, de medo, se escondeu na fantasia de ser alguém grande, um dia. Pé ante pé, sussurros pelo ar. Os sonhos morrem quando os olhos se abrem.
Quando a porta se fecha, a solidão domina e é quase claustrofóbico o apertar das paredes ao redor. No silêncio da alma, o ruído é externo. E a pobre menininha não tem mais forças para gritar por socorro.
Então, ela se deixa ali, alimentando-se do próprio sofrimento, sem coragem para girar a maçaneta ou impedir que aquela porta se feche.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A saída está para a direção que o Senhor indicar

No dia 26 de julho de 2006, um sábado, escrevi o texto abaixo. Na época, não tinha conhecimento que blogs existiam e, por isso, mandei para alguns amigos chegados. Hoje, Situações me lembraram dessas palavras....e resolvi corrigir o erro e postar aqui. Quem sabe não é útil para vocês também....

Beijos. Lê
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A saída está para a direção que o Senhor indicar

O sol nasce e se põe. Dia após dia. Um atrás do outro. A escuridão toma conta. Por um momento, ela está só nos meus olhos, mas em outro, uma fresta me deixa ver a escuridão que há nos olhos do mundo.

Condenar a igreja pelos seus erros, seus líderes pela ganância, seus membros pela submissão cega não responde aos meus anseios. Eu defini novos conceitos os quais tenho seguido. Nada de liturgia vazia, nada de reuniões de clube, nada de crentês na ponta da língua ou de músicas exclusivamente "sacras" nos ouvidos. Aos poucos, o que era para ser um movimento para a liberdade, tornou-se um fardo. Cada decepção aumentou um tijolo a mais na barreira que criei contra a falsidade do farisaísmo, contra modelos indolentes, contra doutrinas anti-bíblicas.

Inventei um conceito que, com unhas e dentes, consigo defender com muita precisão. Mas a teoria não saiu do discurso. Não se tornou ação. Clamei aos quatro ventos: "se somos salvos em Jesus, somos missionários, ainda que em nossa terra". Empenhei At. 1:8 como bandeira política. "O poder do Espírito Santo vem sobre nós para que sejamos testemunhas"! Bradei, como cão feroz, contra o sistema. Não venci. Desisti. Me tornei voz solitária, como os profetas de Israel. Não que me julgasse profetiza. Pelo contrário. Queria de todo coração exercer os princípios da humildade e serviço que via no meu Salvador.

Mas o tempo se passou e nada aconteceu. E minha voz tornou-se mais fraca, até que desisti. Nos lábios que proferiram liberdade, agora havia dolo; nas mãos que bradavam ao ar a adoração ao Senhor, agora serviam como instrumento para enriquecimento; nos pés que corriam corajosos a fim de levar a palavra, agora havia cansaço; na voz que entoava melodias e salmos ao Deus vivo, agora poluída e rouca era usada para a sedução. Em lugar de vistosa figueira, hoje, os galhos secos. Se não morri, estou morrendo. Por dentro. Secando. O sol quente me abateu. Como soldado ferido e abandonado estou. Como paciente em fase terminal, não há remédio que me cure. Minha língua está presa ao céu da boca.

E Paulo condena: "E então? Você, que ensina os outros não ensina a si mesmo?" Ensinei a tantos o amor perfeito e agora me entrego à sua versão leviana. "Você, que prega contra o furto, furta?" O homem que a outra pertence ressoa sua voz em meus ouvidos, como palavras doces, mas que ao final se tornam amargas. "Você, que diz que não se deve adulterar, adultera?" Tantos amigos, tantos joguinhos. Que mal há em palavras lançadas ao vento, em afirmações vãs e esperanças contidas? "Você, que detesta ídolos, rouba-lhes os templos?" CDs e livros e conversas tolas. Dinheiro e mais dinheiro. Trabalho e mais trabalho. O vil metal que o aprisiona. "Você, que se orgulha da Lei, desonra a Deus, desobedecendo a Lei?" Um meio, sim e um meio não. Em cima do muro sempre a visão é melhor. "Pois como está escrito: 'O nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vocês'"....Pobre Romanos.


Segundo capítulo da carta e Paulo já os bate na cara. E eu sinto a dor ardente no rosto. O peso no coração. O fardo é tão pesado que não posso mais suportá-lo. Decisões tomadas pelos meus gostos. Esqueci-me de onde Deus está. Acordei esta manhã com esta pergunta: onde está o Senhor? Todas as respostas que me vieram à mente me dizem que não está ao meu redor. Amei a causa de todo coração. Amei por causa dos perdidos. Amei por causa do reconhecimento. Amei por causa da beleza e apreciação do trabalho. Mas não submeti ao Senhor. Me sinto amarrada por uma corda, há um passo de conseguir tocá-lO. A multidão me leva pra longe. Não a multidão de pessoas. A multidão de pecados. Ao ponto de não enxergar saída e desistir de mim. "Que é o homem para que Deus se importe com ele?"

Promessas. Palavras. Profecias. Perdidas. Perdida. Perdida estou. "Na minha angústia clamei ao Senhor e Ele me ouviu". A igreja perdeu a visão. EU sou a igreja. Por um só momento queria que não houvessem lágrimas de desesperança. Vale de ossos secos? Eu conheço a sensação. Doente há 12 anos, desenganada pelos médicos? Eu sei o que ela passou. Morte porque estava longe do caminho onde Jesus estava. Eu já estive ali.

A boa notícia surge enquanto escrevo e choro: os ossos tornaram à vida. A doença não mais existe depois que ela O tocou. Mesmo já enterrado há dias, o morto ressuscitou! Uma Palavra só, um sopro, um olhar, um toque, uma lágrima. Foi tudo o que Jesus precisou para tornar real o que parecia perdido. Me recuso ao título que eu mesma me dei. Reconheço que na minha fraqueza se aperfeiçoa o Poder do Senhor. A poucos meses da saída para o campo me desespero com a falta de conhecimento da situação. Mas me nego a crer em mim. Me nego a resistir com minhas forças. Me nego a acreditar no que meus olhos vêem e nas acusações que em meus ouvidos ressoam.


Meu coração está apertado. Deus está falando. Algo está para acontecer. O mais difícil pra mim é abrir mão do controle. Mas já percebi que nos meus planos, o labirinto não tem saída. Mas os planos de Deus são perfeitos e as portas estão bem à minha frente. Ele está me convidando, me estendendo a mão. Sim? Não? Ainda posso escolher. "O chamado que, um dia, Tu fizeste a mim e ao qual sem exitar, eu disse sim, ecoou em meus ouvidos como na primeira vez. E a Ti, Jesus, eu novamente digo SIM!"

Minha declaração está selada. E vocês, que a recebem, são minhas testemunhas. Não me deixem esquecer de QUEM eu sou.

Lenir.


IF YOU SAY GO
DIANE THIEL - ©2002 Mercy/Vineyard Publishing. (ASCAP)
http://br.youtube.com/watch?v=VRQruZ_oX-8&feature=related

If You say go, we will go
Se o Senhor disser "vá", nós iremos
If You say wait, we will wait
Se o Senhor disser "espere", nós esperaremos
If You say step out on the water
Se o Senhor disser "ande sobre as águas"
And they say it can’t be done
E eles disserem que não pode ser feito
We’ll x our eyes on You and we will come
Nós fixaremos nossos olhos em Ti e andaremos
Your ways are higher than our ways
Seus caminhos são mais altos que nossos caminhos
And the plans that You have laid
E os planos que o Senhor nos deu
Are good and true
São bons e verdadeiros
If You call us to the re
Se o Senhor nos chamar para o fogo
You will not withdraw Your hand
O Senhor não retirará a Tua mão
We’ll gaze into the ames and look for You
Nós olharemos para as chamas e procuraremos pelo Senhor
Amém.