quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Birthday Wish

De todas as coisas que as pessoas me cobram quando digo que estou fazendo 28 anos, um casamento é a maior delas. Mas que me perdoem os casamenteiros e alcoviteiros de plantão, não estou preocupada em apressar essa decisão.
Estou visitando uns tio no interior do Tocantins. Os dois já estão velhinhos - ela com 70 e ele 74. Quando se casaram, ela tinha 15 e ele 19 anos. Tiveram cinco filhos, perderam o mais velho no auge da mocidade e isso provocou neles a maior das dores de toda a vida.
A vida inteira eles moraram numa fazenda, cuidando de gado, plantando cana e produzindo as melhores rapaduras que me lembro de ter comido. Eles iam dormir às 19h, sem energia elétrica, coma luz do lampião e sob as estrelas e acordavam às 4h do dia seguinte para recomeçar tudo outra vez.
Mas depois de tantos anos, minha tia ficou doente. Labirintite e inflamações no joelho não permitiam mais que ela levasse a vida pesada da fazenda. Por decisão dos filhos, eles se mudaram para a cidade há dois meses. E é nesta casa que, pela primeira vez os estou visitando.
E aqui, no calor sufocante do Tocantins, estou aprendendo que vale esperar por um amor que dura a vida inteira. Um amor que vence o tempo, as dificuldades, as dores e os quereres.
Ao olhar para meu tio, você percebe que ele está acometido de uma depressão leve por ter saído da fazenda. A aposentadoria, diz ele, chegou antes do que esperava. Mesmo assim, também é possível notar nos seus olhos a ternura ao olhar minha tia, que já emagreceu alguns quilos desde que deixou a fazenda, não tem mais crises de tontura e sente menos dores nas juntas.
Se ele gostaria de voltar à vida na roça? Com certeza. Mas a recuperação do grande amor de sua vida é mais importante neste momento. ele enche os olhos de lágrimas para falar dela e sorri com a constatação de que tudo está bem.
Não me importo de esperar mais algum tempo para me casar. Podem me chamar de idealista por querer alguém que vai abrir mão dos próprios desejos para me ver bem. Eu te digo: farei a mesma coisa. e este tempo de espera não é desperdiçado. Vejo a vida com outros olhos. E não me atormento: se aconteceu para os meus tios,  vai acontecer para quem souber escolher também.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quinta

Um dia atrapalhado e displicente. Uma letargia desigual me acometeu nesta quinta. Apenas uma idéia me fez despertar das profundezas do estado sonolento: comemorar meu aniversário na virada do dia.

Daí, toca a ver a opinião da família, a lista de comes e bebes, os convidados, o convite. Me debrucei sobre o lap top (isso é possível? Enfim...) e, depois de uma hora, um ppt TOP SECRET foi enviado aos agentes da minha alegria neste ano.

Depois, visita ao supermercado. O que comprar, como comprar, quanto gastar, onde estava a lista? Na mão da minha sobrinha, que foi a grande responsável para que tudo desse certo no final. Pena que ela mesma não pudesse ficar para a festa.

Voltar pra casa, enfrentar o caos do quarto, da cozinha, preparar a área externa, encher 300 balões, um a um, no bico. Eu, mamãe e Cinthia. Guerreiras. Elas nos criou assim.

No meio tempo, ainda tinha entrevista a fazer, compromissos a cumprir, matérias a se estudar. O livro, eu abri por 15 minutos, só para terminar uma bateria de exercícios. A entrevista, 20 minutos resolveram. A matéria....bem o texto está semi-pronto, faltando dois parágrafos que vou terminar, assim que fechar este post.

23h35. Os convidados começaram a chegar e a família, junto aos amigos, completou o quadro perfeito das 3h seguintes, quando todos ríamos, cantávamos o tradicional "parabéns pra você" a cada cinco minutos, até que alguém resolveu cortar o bolo. Meia-noite. O MEU dia está apenas começando....

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Quarta


Dia sem concentração, mas com esforço. Pouco de outros e muito de mim!

Terça

Longe de ter sido uma "terça insana", este foi um dia de concentração. Se por ter começado mal (acordei 1h45 atrasada), ou pela simples necessidade, fiz quase tudo que precisava hoje.

Sem desgrudar o olho da tela do computador mandei e-mails, fiz entrevistas, pesquisei assuntos, esperei resposta sobre se iria ao aniversário do ministro da Saúde (não fui, afinal), conversei com chefe que está na China, atualizei o blog, desliguei o computador, estudei por uma hora, voltei pra vida on line, fui a uma reunião e estou de volta a tempo de ter uma noite quase perfeita de sono.

Acho que a prática da disciplina poderá se tornar um hábito se eu continuar me concentrando. Mesmo assim, acho que o exercício mental é como o exercício físico: nos primeiros dias cansa e te faz ficar todo dolorido.

Estou absurdamente cansada! Mas foi um ótimo e produtivo dia. Agenda de amanhã: acordar mais cedo para ter mais tempo para fazer as MINHAS coisas.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Segunda

A minha contagem regressiva para o aniversário começou há quase um mês atrás. E agora, frio na barriga, rufem os tambores, faltam três dias para completar mais um ano de vida.

Ao contrário de algumas pessoas que têm pavor de aniversários, eu adoro comemorar o meu. Adoro ser lembrada, receber todos aqueles votos carinhosos que se dizem nessas ocasiões, adoro as festas e os amigos obrigatoriamente ao redor. Sim, também curto os presentes, mas eles não são a parte mais especial.

Minha expectativa da semana que antecede o meu dia é sempre de que coisas boas vão me surpreender. Bom, não foi exatamente o que aconteceu nesta segunda-feira. Como as pessoas são.....de todos os tipos de relacionamentos que já escrevemos aqui o que menos falamos é do profissional. Mas nem por isso ele deixa de ser complicado. A falta de comunicação entre duas pessoas que trabalham com comunicação só pode resultar em problemas.

Mas o que fazer quando quem pensa que é seu chefe te manda ignorar o chefe que realmente o é? Bom, essa não é uma semana para entrar nessa discussão. A lição que eu tirei - até porque, como já disse, essa é uma semana crucial, porque está chegando meu aniversário e a hora é de mudar, sempre pra melhor - é que eu tenho de canalizar minha irritação para algo produtivo. 

Assim, cá estou eu, organizando minhas coisas para, enfim, dar início à bateria de estudos que vão me tirar, se Deus quiser, dessa vida de empregado para uma vida de concursado! êeeeeeee

Agradecendo, como sempre, aos ouvidos e olhos atentos da minha querida amiga Márcia, que me ajudou a levantar a cabeça, parar de chorar e olhar as coisas por outro prisma e, claro, não desistir da luta, mas mostrar quem eu sou, dentro e fora do âmbito de trabalho. E até aqui, tenho sido boa.

(E agora, vamos voltar ao trabalho, pq se não, a própria Márcia vai me dar uma bronca por estar aqui, divagando, quando deveria estar resolvendo coisas para não perder tempo de estudo! rs)

domingo, 19 de outubro de 2008

De volta à estrada de tijolos amarelos

Esta é uma semana crucial. É minha última semana antes que mais um ciclo de vida se feche. E algumas coisas ainda precisam ser ditas. Hoje, exatamente, nada me aflige. As coisas que estão para acontecer simplesmente vão acontecer.

O caminho que eu tracei neste último ano de vida foi completamente diferente de todas as estradas que eu já tomei. Talvez, o que eu tenha feito foi adotar um ano quase sabático - "quase", porque ainda me parece impossível parar completamente -, onde, ao invés de correr pelo caminho afora, eu sentei ao lado da estrada poeirenta e esperei o sol se pôr.

Fora a poesia, o que fiz pode ter me desestabilizado um pouco, principalmente no início. Mas, com o passar dos dias, fui retomando o equilíbrio e descobrindo que eu posso, sim, reduzir o ritmo e conseguir relaxar sem parar de produzir.

Os amigos, mais uma vez, foram essenciais neste momento. Não apenas para me ajudar durante as crises de abstinência do vício alucinante do trabalho, mas também para me fazer rir, brincar, descobrir segredos de mim mesma.

Como eu disse a um precioso amigo longíquo esta semana, eu agora sei quem eu sou e o que eu quero. Talvez essa certeza esteja mais no discurso do que na percepção. Mas já é um alívio poder ter este tipo de constatação, mesmo que, num primeiro momento, apenas teoricamente.

Estou tranqüila. Essa é a verdade. E feliz porque o caminho que eu escolhi seguir finalmente parece ser a estrada certa, que vai me tirar do círculo vicioso e vai me levar direto para o início da minha vida, a vida pra valer. =) 

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Receita para uma vida


Do que a vida é feita? De dias preguiçosos e ocupados, de agenda lotada e vazia, de horas felizes e frustrantes, de expectativas positivas e negativas, de problemas e soluções, de sonhos e desesperança.

Não só de momentos individuais e de questões particulares, a vida também reúne as situações em que somos meros coadjuvantes, os "melhores amigos" dos personagens principais, os conselheiros não consultados, os ombros presentes, os ouvidos dispostos, os preocupados pelo outro. 
É de se assustar que ainda haja a oportunidade de sermos menos egoístas e nos ocuparmos com quem chamamos "amigos". É mais tenebroso ainda sentir nossa dor, ter nossos próprios problemas e nada disso importar, em primeiro plano, porque alguém que amamos se encontra em situação mais apertada.
Que graça ver o sorriso no rosto da amiga que tem suas notas afinadas e ouve sua lírica sendo entoada com tanta melodia; que felicidade sentar-me à mesa junto a queridos mais queridos do que imaginam pra rir de coisa alguma e brincar com o nada; que incômodo ler as linhas angustiadas da estrangeira brasileira e perceber sua tristeza e não poder mostrá-la uma face da moeda que ela não viu e que é tão tranqüila; que aperto oferecer ajuda, horas, disposição, orações e tentativas de ânimo para quem está com a doença a se aproximar de sua casa e não ter nada mais do que o ombro como solução imediata; que conforto poder acolher um amigo em abraço, gastar horas sem dizer nada e só deixar que um cafuné fale tudo o que se quer ouvir....
A vida é feita de um dia após o outro. De todas as obrigações a que somos impostos. Mas também desses pequenos momentos preciosos, quando descobrimos que a vida só é vida porque temos o outro e várias vidas para compartilhar.