Eis o que acontece, Anne. A vida de solteira tem um brilho inconfundível. Hoje, eu me senti envolvida por essa independência resoluta enquanto andava entre as gôndolas do supermercado a procura de um iogurte com suco, que adoro. Vi casais estressados, mães com filhos, pais engravatados brigando com crianças desobedientes e um aglomerado de "vizinhos" gritando por uma marca de leite inexistente.
Passei por todos eles, observando, sem encarar. Enchi o peito de satisfação e não posso negar que me senti extremamente...superior por ser solteira! Andei leve. Feliz com este pensamento de liberdade.
Fiquei pensando em um filme que gostávamos muito de assistir repetidas vezes... "You've got mail" era uma película sem grandes pretensões, mas tínhamos sonhado com a vida do personagem de Meg Ryan, sentada num canto de seu apartamento de solteira. A mim, Anne, só me falta meu lugar. Este poder que o ser solteira me dá tem um sabor perfeito. Fazer o que quero, quando quero, do jeito que quero!
Hoje, Anne, tudo o que penso é que respirar é bom. E ter um coração sossegado é uma bênção. Digo-te tudo isso para que, quando chegar a esta idade, lembre-se que há a chance de existir felicidade e satisfação independente do padrão geral. Na sabedoria bíblica, "não desperte o amor até que ele queira ser acordado".
Mas confesso, Anne, e não se assuste que minhas conclusões sobre estar só, acredito, são uma fase. E como todas, há de passar. Mas olho a lua cheia desta noite agradável e quase lamento a falta daquela dorzinha boa que chamamos de "amor" (o que? Estou convicta, sim. Mas nada me impede de me permitir o benefício da dúvida, certo? :) ...).
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