que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Então começou a Copa do Mundo. Para todos os lados, vozes e vuvuzelas ecoam o mesmo som: buscamos a glória, o nosso nome escrito na história.
Estão todos em busca da mesma coisa, que é a vitória sobre o outro. De alguma forma pretendem comprovar sua superioridade, ainda que seja somente em torno de um jogo, uma competição, na qual um monte de homens corre atrás de uma bola.
E enquanto isso, ouço na televisão as repórteres comentando a abertura dos jogos e os primeiros minutos da primeira partida na África do Sul.
O comentário me emociona: uma moça sulafricana diz que ter a Copa em seu país é como se fosse um milagre: "Meu pai lutou para que fôssemos livres e hoje nós podemos viver este momento".
Engasgo.
Não sabemos o quanto custa sermos livres. Fazemos pouco caso do nosso privilégio de viver em um país que nos permite ir e vir, escolher nossos representantes políticos, dizer sim ou não, assistir este ou aquele programa de televisão, aceitar ou não uma proposta de emprego...Vivemos uma liberdade que se confunde com libertinagem, esquecendo que para ser livre é preciso ter responsabilidade.
E a África celebra hoje, acima de tudo, não apenas o espetáculo do futebol mundial, mas a oportunidade de mostrar ao mundo o que fizeram com esta tal liberdade.
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