quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Rascunho para FELICIDADE

Fui confrontada com uma pergunta que não soube responder.
Sabe essas perguntas triviais, retóricas, que as pessoas fazem mesmo que não queiram realmente saber a resposta? Então. No meio da conversa me atiraram um "você é feliz?". Fiquei calada. Respirei fundo. Pensei 50 vezes antes de soltar um expressivo "ai", que arrancou risadas dos amigos na roda. Acho que foi o sentimento geral.
Afinal, o que é felicidade? Um pacote premiado? Um estado passageiro ou permanente? É resultado de algo ou alguém na sua vida ou existe por você mesmo? Maria Thereza Maldonado diz, de maneira quase formal: "a felicidade começa com você". Vai ver que é por isso que eu não soube responder. Não sei se é uma coisa da idade, sabe, aquelas fases que a gente é obrigado a passar, como foi a adolescência. No auge dos meus 16 anos eu não sabia o que queria ser ou fazer da vida. O que é pior: me encontro agora, no auge dos 26, no final da "década crítica", como diria James Dobson, com a mesma dúvida.
Dobson diz que todas as decisões que tomamos durante a "década crítica" vão definir o que seremos pelo resto da vida: com o que vamos trabalhar, com quem vamos casar, quem nós seremos. Surprise, suprise. Com exceção do jornalismo, não completei nenhuma das outras expectativas. E nem posso dizer que o que faço hoje me satisfaz completamente. Me parece vazio e sem objetivo noticiar o que noticio.
O que interessa, afinal, para descobrirmos se somos ou não felizes? Estávamos sentados no outro dia, curtindo uma conversa deste nível enquanto esperávamos nosso almoço chegar. Em pleno domingo, eu e outros quatro amigos, de idades variadas, mas próximas, discutíamos como temos desperdiçado nosso tempo com muito trabalho e pouco tempo pra realmente fazer o que gostaríamos, ou para cuidar de nós mesmos. Mas.....o que queremos fazer, afinal? Qual nosso objetivo? Somos jovens solteiros, recém-formados (ou caminhando para isso), construímos carreiras e destruímos sonhos.
Eu me lembro de quando passei no vestibular. Fiquei uns dois meses perdida. Toda a minha vida eu havia me preparado para alcançar aquela meta: passar no vestibular. E depois que isto aconteceu....fiquei sem saber o que fazer depois. Aos poucos, as metas foram mudando e o objetivo era me formar. Mas, formada, precisava ter um bom emprego. E este bom emprego tomou conta de todo o tempo da minha vida, de forma que não havia mais espaço para pensar, analisar e me encontrar satisfeita.
Como diria minha nova líder, "Cheguei a questionar se queria o Direito" (no meu caso, leia-se o "jornalismo"). Não quero odiar o que eu faço. Mas quero acordar com prazer para fazê-lo por mais um dia. Ainda que haja estresse, ainda que haja cansaço, ainda que haja muito trabalho. Quero acordar disposta e ter verdadeiro prazer por fazer o que eu faço. Por enquanto, essa seria minha felicidade.
De uma certa forma, tenho de concordar com a Sra. Maldonado: se eu não estou à vontade, o problema está em mim e jamais encontrarei a tal felicidade. Nesse sentido, me arriscaria ainda a concluir que felicidade é não abrir mão de mim...
(To be continued...?)

3 comentários:

Unknown disse...

Engraçado que anteontem também fui questionado se sou feliz. Por via das dúvidas, me lembrei de Jesus e disse que sim.

Engraçado que minha vida está praticamente toda "caminhando para isso" e tem me feito lutar para conquistar o manter-me feliz apesar das circunstâncias.

Aiai.

rs

beijos, ricardo

Luciano disse...

A BORBOLETA
(Elidia Amorim, com adaptações)

Anos e anos no casulo...
Casulo que sufocava,
Casulo que iludia.
Iludia o coração,
Iludia a esperança.
Casulo de emoções,
Casulo da paixão,
Paixão que consumia,
Deixava inerte.
Precisava voar,
Mas não sabia como.
Asas que não cresciam.
De repente, mais que de repente,
Surge uma Luz,
Uma Luz que liberta,
Liberta do casulo.
O casulo é rompido,
Aprendes a voar, voar! voar!
Essa Luz iluminou a vida.
Essa Luz se chama JESUS!
O vôo é ao encontro Dele,
O Salvador da vida.
A borboleta é você,
A borboleta de JESUS,
A borboleta que voa alto.

Beijo grande, minha flor!

Hayet disse...

Felicidade é como são as borboletas, você as persegue, mas se as toca, machuca-lhe as asas e nunca mais podem voar. Além disso vivem cerca de 48horas, apenas.
Veja bem, se você precisou que alguém lhe perguntasse isso e nunca está pensando na sua felicidade é porque ela está lá.
Já notou como pércebemos mais os defeitos do que as qualidades, como reclamamos muito, mas precisamos de muito motivo pra elogiar? É porque o ruim é facilmente percebido, quando tudo está certo, está como deveria estar e nem nos importamos. Acredite, você pode não saber explicar e pode não saber o porquê, mas se você não está incomodada com a sua infelicidade, é porque está feliz. Busque o que busca pela ausência do seu oposto, que é mais fácil de encontrar!

Aí, quando alguém pergunta "cadê a borboleta?" a gente vê bruxa, mariposa, libélula, lava-bunda e aquelas borboletinhas brancas, as mais comuns do mundo e pensa que talvez não seja feliz porque não está vendo nenhuma morpho*.

Não é felicidade que você deve tentar apanhar. Se você quer borboletas, plante flores. (Ou coloque um monte de frutas partidas num lugar fresco e úmido, até elas estarem quase apodrecendo...)é por isso que felicidade começa em você. Você tem um solo adequado pra esse tipo de plantio?

*procura no google, em imagens, de preferência.