quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O som da noite

Quando nada mais há para ser acrescentado, o silêncio deve ser solenemente respeitado.
Não se pode permitir, sequer, o ruído dos pensamentos.
É preciso negar o sussurro tentador da voz que não é sua.
Manter o foco e guardar o silêncio como um voto.
Preencher as horas com o segredo de você.
E deixar que as lágrimas caiam sem a pressão das palavras e o sentimentalismo dos sons.
Nessa hora, quando tudo é vazio, levantar os olhos aos céus,
agradecer por mais um dia de produção e de respirar,
virar para o lado e dormir.

Um comentário:

Mel disse...

Sim, o som do silêncio.
Um suspiro de conformação, o esforço para evitar murmuração.
Deixar q a lágrima escorra, afofar o travesseiro e mudar de posição.
Sim, o som do silêncio em um descanso, em solidão.
A música do vento entra pela janela, sacode o momento e afaga a dúvida na confiança, sendo assim, ao menos por um momento, renovada a esperança.
=/